Pedro Marques respondia a uma interpelação parlamentar do PCP sobre necessidade de investimento nos serviços públicos, tendo elencado diversos casos e setores em que o atual executivo não tem "reserva mental", ao contrário dos seus antecessores.

"No setor dos transportes, o anterior Governo exercitou a sua obsessão pelas privatizações, sem cuidar do que era melhor para o país e interesse público. Justifica-se assim o bizarro de terem prometido tantas obras na rodovia e ferrovia e, na verdade, tenham realizado muito poucos projetos técnicos. Verdadeiramente, não tencionavam realizar as obras e a própria empresa Infraestruturas de Portugal era para privatizar", afirmou.

O responsável pela tutela apontou "importantes obras no terreno [nos caminhos de ferro], como a modernização da linha do norte e a eletrificação da linha do Minho, a modernização da linha da Beira-Baixa (Covilhã-Guarda), desativada há mais de uma década", numa "duplicação do montante investido" entre 2017 e 2018 (perto de 400 milhões de euros).

"Mais marcante será, também no próximo mês, o lançamento do concurso para a construção do maior troço de linha férrea [cerca de 80 quilómetros] dos últimos 100 anos em Portugal - a linha entre Évora e Elvas, que irá ligar o porto de Sines a Espanha e ao 'hinterland' ibérico [palavra alemã para 'terra de trás'] e europeu", congratulou-se.

Pedro Marques referiu que o investimento público cresceu 20% em 2017, segundo dados da execução orçamental, e foram disponibilizados pelo poder central às autarquias mais de 2.800 milhões de euros através dos quadros comunitários de apoio, além prever que se vá "atingir em 2018 os ambicionados 40% de crescimento no investimento público".

"Em vez de seguir a opção pela privatização, investimos na melhoria dos serviços", declarou o ministro do Planeamento e Infraestruturas, referindo casos como o da linha de ferro de Cascais, os metropolitanos de Lisboa e Porto, a Carris e os STCP, bem como a TAP ou acordada solução com a ANA "Portela+1" como exemplos de boas renegociações ou melhorias em termos de serviços.

Em resposta ao deputado comunista Bruno Dias, sobre o atual serviço postal dos CTT, Pedro Marques criticou PSD e CDS-PP, "por pura opção ideológica", ao terem privatizado "integralmente" aquela empresa, "quando o memorando assinado com a 'troika' impunha a privatização apenas parcial".

"Optámos por manter uma colaboração estreita com o regulador (Autoridade Nacional de Comunicações), a quem cabe fiscalizar o cumprimento dos indicadores de qualidade e o qual já propôs recentemente indicadores mais exigentes", explicou, prometendo "encontrar as melhores soluções para que os CTT se mantenham uma empresa de referência na qualidade de prestação de serviços postais".