Phishing é um termo usado para levar pessoas a divulgar dados pessoais através de mensagens que recebem de endereços que parecem conhecidos. Essas mensagens instam o utilizador a responder mas sem o saber este é direcionado para outro local que não o que julga conhecer.

Segundo a Trend Micro, o grupo de “hackers” (piratas informáticos) Pawn Storm (também conhecido pelos nomes Fancy Bears, Tsar Team ou APT28), já acusado de ter atacado o Partido Democrático durante a campanha presidencial de Hillary Clinton, nos Estados Unidos, seria o responsável pelas tentativas de atacar o movimento “Em Marcha!”, de Macron, que ganhou a primeira volta das eleições francesas de domingo.

“Há sempre uma incerteza técnica na atribuição (do ataque), embora a tenhamos minimizado”, disse à Agência France Press Loic Guézo, especialista em cibersegurança no sul da Europa para a Trend Micro, acrescentando: “mas analisamos um modo de operar com dados compilados ao longo de dois anos, o que nos permitiu determinar a origem”.

O grupo de piratas informáticos é suspeito de ligações aos serviços secretos russos, sinal, segundo os seus críticos, da vontade de Moscovo de influenciar as eleições em países ocidentais, disse o responsável.

Numa conferência de imprensa em Moscovo, na segunda-feira, e respondendo a uma pergunta de ordem geral, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou qualquer envolvimento russo na campanha eleitoral francesa.

“Quais grupos? De onde veem? Porquê a Rússia? Isso lembra as acusações de Washington”, disse o porta-voz.

A tentativa de “phishing” visando pessoas que procuraram informação na página do antigo ministro francês da Economia insere-se numa campanha mais vasta do grupo russo, segundo o relatório.

O grupo de piratas procurou, nos últimos dois anos, chegar a dados pessoais em várias latitudes, nomeadamente órgãos de comunicação social, como a cadeia de televisão Al Jazira ou o jornal New York Times, ou ministérios na Albânia ou Arménia.

Na lista aparecem ainda o Partido Democrático norte-americano, a CDU da chanceler alemã Angela Merkel, ou os serviços do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Emmannuel Macron já tinha denunciado em fevereiro “ataques sucessivos” à sua página de campanha na internet, cometidos por “hackers”, muitos deles da Ucrânia.

Macron vai disputar a segunda volta das eleições presidências francesas com a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, a 7 de maio.