No fim da tarde desta quarta-feira o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, cancelou a agenda e disse que irá decidir até segunda-feira se continua no cargo, na sequência de uma investigação judicial que envolve a mulher. Embora agora o fim-de-semana seja dado a reflexões, Sánchez diz que continua a “acreditar na justiça”.

“Preciso de parar e refletir. Preciso urgentemente de responder à pergunta de se vale a pena, apesar do lodaçal em que a direita e a extrema-direita pretendem transformar a política. Se devo continuar à frente do Governo ou renunciar a esta enorme honra”, escreveu Pedro Sánchez, num texto de quatro páginas que publicou na rede social X.

A notícia abriu o jornal espanhol ABC esta manhã, e o país vizinho acordou com a investigação de Begoña Gómez, mulher de Pedro Sánchez, que  está a ser investigada pela justiça espanhola. O caso surge após denúncias de alegado tráfico de influências e corrupção e o alegado favorecimento de empresa em contratos públicos.

O caso remonta à altura em que a mulher do atual líder de Espanha era co-diretora do Mestrado em Angariação de Fundos da Universidade Complutense de Madrid, e segundo as denúncias - agora em investigação por um tribunal de instrução - Gómez terá assinado uma carta que beneficiava uma empresa de Carlos Barrabés, por altura de um concurso público. Concurso esse que acabou por ganhar.

As denúncias tiveram origem no sindicato de funcionários públicos, ligado à direita radical, Manos Limpias. O processo preliminar foi oficialmente aberto a 16 de abril e a investigação está em sigilo enquanto se chamam as testemunhas.

Na carta de quatro páginas que publicou na rede social X, Sanchéz aproveita falar do ataque que tem vivido e culpa a direita, e os meios de direita, por este caso que diz propagarem "falsidades". "Esta estratégia de assédio tem-se perpetuado durante meses".

“Parece que o juiz chamará a testemunhar os responsáveis de dois meios digitais que têm publicado sobre o assunto. Na minha opinião, são dois meios de orientação de direita e de extrema-direita. Como é lógico, a Begoña defenderá a sua honra e colaborará com a Justiça para esclarecer uns factos tão escandalosos, como inexistentes”.

Termina questionando: “Chegados a este ponto, a pergunta que legitimamente faço é: vale a pena tudo isto?” E na resposta deixa uma incógnita: “Sinceramente, não sei”.