António Saraiva, que iniciou funções a 1 de junho e tem pela frente um mandato de quatro anos, afirmou que é uma “grande honra e responsabilidade” passar a liderar a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), tendo em conta a “grandeza” da instituição.

O presidente da CVP assumiu ter sete “grandes objetivos”, o primeiro dos quais a sustentabilidade da organização, tendo defendido que “sem sustentabilidade financeira nenhuma organização pode viver com tranquilidade”.

“Nós temos 159 delegações em todo o país, é uma organização com muitos desafios, é solicitada para muito apoio, como rendas de casa, faturas de luz e de água, um conjunto de iniciativas a que a Cruz Vermelha tem de dar resposta que exige uma sustentabilidade financeira para esse apoio que não podemos negar”, disse.

Por outro lado, em relação à revisão dos estatutos, António Saraiva explicou que isso decorre de uma orientação da Cruz Vermelha Internacional, que “sugere que os estatutos nacionais sejam revistos de dez em dez anos”.

“Os nossos remontam a 2007, por isso é altura de fazer a revisão. A anterior direção já vinha a fazê-lo, aquilo que vamos fazer é, interpretando o que são hoje os tempos, as necessidades, os desafios, e cumprindo a missão que a Cruz Vermelha deve cumprir, é a revisão que se impõe”, adiantou.

No seu discurso na tomada de posse, o presidente da CVP salientou que cerca de um milhão de portugueses precisam da ajuda da instituição e lembrou que sempre defendeu uma visão humanista da economia e das empresas, visão que continuará a aplicar e que assumiu como a sua missão.

Entre os principais desafios, António Saraiva, antigo presidente da Confederação Empresarial de Portugal, apontou o acesso à saúde, a inclusão social, a qualidade dos serviços, a prevenção e promoção da saúde, além da valorização dos profissionais e dos voluntários que dedicam do seu tempo à Cruz Vermelha.

Dentro da visão humanista, o presidente da CVP destacou a questão do envelhecimento da população e a saúde mental como as questões a que dará relevo, defendendo que a instituição deverá ter um papel na defesa de um envelhecimento saudável e ativo da população.

A ministra da Defesa, que representou o Governo na tomada de posse, agradeceu a disponibilidade de António Saraiva “para responder a este exigente desafio”, aproveitando igualmente para elogiar o trabalho feito pela antecessora, Ana Jorge, que agora dirige a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e que esteve ausente da cerimónia de tomada de posse.

“A escolha de António Saraiva deve ser vista como um sinal de confiança no seu percurso profissional, nas suas qualidades pessoais, no espírito de diálogo e de concertação, na competência e experiência, assim como pelo respeito dos princípios do humanismo, da isenção e da neutralidade, que caracterizam a Cruz Vermelha Portuguesa”, salientou Helena Carreiras.

Para a ministra da Defesa, a tomada de posse serve para “renovar a missão da Cruz Vermelha Portuguesa”, tendo deixado a garantia de “apoio universal” por parte do ministério que tutela, que “continuará a colaborar na área de emergência e no âmbito do lar militar”.

“A Cruz Vermelha Portuguesa poderá continuar a contar com o Governo, em particular com o Ministério da Defesa Nacional, como um parceiro comprometido, simultaneamente com a dignificação e a eficácia do seu trabalho”, concluiu Helena Carreiras.