Em resposta à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) "confirma a constituição como arguidos de Luís Filipe Vieira e de Fernando Tavares" na investigação que envolve também os juízes desembargadores Rui Rangel, ex-candidato à presidente do clube encarnado, e a sua ex-mulher Fátima Galante.

A PGR adianta que "o inquérito tem, neste momento, 12 arguidos constituídos, entre os quais cinco detidos que serão, previsivelmente ao fim do dia, presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação".

As 33 buscas que ontem tiveram lugar ocorreram em vários locais, na zona da Grande Lisboa e no Algarve, incluindo no Tribunal da Relação de Lisboa, em empresas, em escritórios de advogados e também em domicílios. As diligências foram feitas no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público e com o apoio de magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Fonte da PJ à Lusa detalhou que as buscas incluíram a casa e o gabinete do juiz desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa Rui Rangel, a SAD do Benfica, a casa do presidente do clube e residências da ex-mulher de Rui Rangel, a juíza Fátima Galante, e do advogado José Sousa Martins e do filho.

A 'Operação Lex' investiga suspeitas de corrupção/recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.

Conselho Superior de Magistratura aguarda informação oficial

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) ainda não tem informação oficial sobre a investigação denominada ‘Operação Lex’, na qual são arguidos os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante, e afirma que só depois ponderará eventuais medidas.

Em resposta enviada hoje à agência Lusa, o vice-presidente do CSM adianta que a situação será analisada, logo que seja recebida informação oficial por parte do Supremo Tribunal de Justiça.

"O CSM analisará a situação logo que receba informação oficial sobre o assunto. Eventuais medidas, no âmbito das suas competências, serão oportunamente divulgadas", afirmou Mário Belo Morgado.

Em outubro de 2016, o CSM, órgão de gestão e disciplina dos juízes, instaurou um inquérito a Rui Rangel, no âmbito do processo “Rota do Atlântico”, depois de a Procuradoria Geral da República ter também aberto uma investigação com origem numa certidão do mesmo processo, que envolve o empresário de futebol José Veiga.

[Notícia atualizada às 13h47 com a confirmação da PGR à Lusa do número de arguidos]