O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, encontrou-se na terça-feira em Pequim com o Presidente russo, Vladimir Putin, numa reunião que foi o tema central da conversa de hoje dos embaixadores dos países da NATO na Hungria.

A Suécia, candidata à Aliança Atlântica, também esteve representada.

“Estamos todos preocupados que o primeiro-ministro húngaro se tenha reunido com o Presidente Putin, enquanto a Rússia trava uma guerra de agressão contra a Ucrânia”, disse o embaixador norte-americano, David Pressman.

“É preocupante que a Hungria tenha optado por cooperar com o Kremlin desta forma”, disse o embaixador, denunciando também o uso do termo “operações militares” por Viktor Orbán para descrever o conflito.

Pressman prometeu levar estas preocupações de segurança aos aliados, depois de já ter criticado o primeiro-ministro húngaro na terça-feira por este ter estado “ao lado de um homem cujas forças são responsáveis por crimes contra a humanidade na Ucrânia”.

O Governo húngaro desvalorizou estas denúncias.

“Não cabe ao embaixador americano determinar a política externa húngara”, reagiu, no canal de televisão ATV, Gergely Gulyas, chefe de gabinete de Viktor Orbán.

A Hungria, membro da NATO e da UE, votou a favor de todas as sanções europeias contra Moscovo, mas o seu líder procurou suavizar algumas delas e adotou uma postura conciliatória em relação à Rússia, que continua a ser um país relevante para as suas necessidades energéticas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.