Nas anteriores eleições regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).

O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um (exercido pelo PCP).

Segundo os resultados oficiais provisórios divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (que terão ainda de ser sujeitos a uma assembleia de apuramento geral e publicados em Diário da República), o PSD e o CDS-PP — que desta vez concorreram em coligação – conseguiram no domingo 23 deputados.

Para ter maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira, onde há 47 lugares, é necessário obter 24 mandatos.

Além do PSD e do CDS-PP, mantêm-se no parlamento o PS, que passou de 19 para 11 deputados, o JPP, que aumentou a bancada de três para cinco elementos, e o PCP, representado novamente por um deputado (eleito pela coligação com o PEV, a CDU).

Vão ainda sentar-se na assembleia dois estreantes no hemiciclo — o Chega (quatro deputados) e a Iniciativa Liberal (um) -, bem como o PAN e o BE, que já tinham tido representação e alcançaram agora um mandato cada.

Depois de conhecidos os resultados, o líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional desde 2015, Miguel Albuquerque, garantiu estar em condições de apresentar nos próximos dias um governo de maioria parlamentar, mas sublinhou que dessa coligação “está excluído o Chega”.

“Estou em condições de nos próximos dias apresentar um governo de maioria parlamentar”, afirmou, sem revelar com que partidos vai negociar.

Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados, após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.

Já depois da intervenção de Miguel Albuquerque, Ireneu Barreto disse à Lusa que tenciona ouvir os partidos entre quarta e quinta-feira, antes de convidar o líder do PSD/Madeira a formar governo.

“Vou ouvir todos os partidos, conversar com eles, perguntar-lhes como entendem que deve ser organizado o próximo governo”, explicou.

O representante da República desvalorizou a taxa de abstenção de 46,66%, apontando que “há eleitores a mais nos cadernos eleitorais”, pelo que a real abstenção será “perfeitamente razoável”.