Em comunicado hoje divulgado, o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), responsável pela aplicação dos testes PISA em Portugal, explicou que a seleção dos alunos e das escolas que participam nas provas da OCDE é feita “segundo critérios rigorosos de amostragem aleatória probabilística, a partir das estatísticas oficiais do ensino básico e secundário”, e que, em 2015, a percentagem de alunos de 15 anos inscritos no ensino profissional ou vocacional que participaram nos testes foi de 13,1%.

“Esta percentagem reflete a distribuição demográfica dos alunos, com 15 anos, nestas vias de ensino, no ano letivo de 2014-2015”, lê-se no esclarecimento do IAVE.

O instituto sublinha ainda que a percentagem de alunos em vias profissionalizantes, incluídos nos testes PISA, tem vindo a crescer desde 2006, de 1,9% para os atuais 13,1% de representatividade na amostra.

“Entre 2006 e 2015 (anos em que as ciências foram o domínio principal avaliado pelo PISA), a média da literacia científica dos alunos das vias profissionalizantes teve uma evolução positiva de 90 pontos. Esta evolução é consideravelmente superior à evolução da média nacional ou da média de qualquer outro ano de escolaridade”, refere ainda o comunicado do IAVE.

Num artigo de opinião publicado hoje no jornal Público, a deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua escreveu que “tanto a elevada retenção, que o estudo mostra, como o ensino vocacional, que o estudo esconde, fazem parte da mesma visão de seleção social que a direita tentou imprimir na escola pública”.

Portugal conseguiu pela primeira vez resultados “significativamente superiores” à média dos testes PISA, em ciências e leitura, afirmou o IAVE, face aos dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O PISA, na sigla em inglês, é um Programa Internacional de Avaliação de Alunos, em que Portugal participa desde 2000 e que se dirige a estudantes de 15 anos, entre o 7.º e o 12.º anos.

De 2012 a 2015, as pontuações médias de Portugal no PISA “aumentaram 12, 10 e 5 pontos em ciências, leitura e matemática, respetivamente”, segundo a análise do IAVE.