“O mais importante deste documento é fazer o pensamento do território. É saber para onde vamos. Este plano é decisivo para projetar a cidade para daqui a 20 anos. Pretende-se uma cidade mais humanizada e descarbonizada, a única forma de ser do nosso ADN, enquanto concelho tecnológico, industrial e empresarial”, afirmou à agência Lusa Aurélio Ferreira (+MpM).

Segundo o presidente da Câmara da Marinha Grande, a cidade deve dar prioridades às pessoas, estando prevista a retirada de automóveis e camiões do centro.

O PMUS, apresentado na segunda-feira, prevê a implementação de áreas de prioridade ao peão e uma aposta em circuitos cicláveis, assim como a elaboração de estratégias de articulação entre as diferentes redes de transporte coletivo.

Outras das propostas é adotar, gradualmente, um sistema de bicicletas públicas e desenvolver corredores ecológicos de apoio à circulação ciclável, com eixos de ligação a outros aglomerados urbanos e aos concelhos vizinhos.

O plano propõe ainda constituir um fundo municipal para a comparticipação de bicicletas e implementar uma aplicação móvel para fomentar a utilização quotidiana deste meio suave.

“Vamos melhorar as condições de tráfego dentro da cidade, melhorar a sua pedonalização e criar ciclovias”, reforçou o autarca.

Trata-se da terceira e última fase da elaboração do documento, cujas linhas orientadoras foram explicadas por Paula Teles, coordenadora do plano e especialista em mobilidade sustentável e descarbonização, refere uma nota de imprensa da autarquia.

Aurélio Ferreira explicou que este foi um “processo lento, mas consolidado”, onde a autarquia ouviu os ‘stakeholders’ desde 2022.

Após ser redigido o documento final, com incorporação dos últimos contributos dos vários ‘stakeholders’ contactados neste âmbito, o mesmo será submetido à aprovação da Câmara Municipal, o que deverá acontecer dentro de “um mês ou um mês e meio”.

“Com a aprovação desde documento ficamos com uma ferramenta para podermos candidatar projetos sempre que abrirem avisos no âmbito do programa 2030”, reforçou.

Para Aurélio Ferreira, o plano é algo “para se ir fazendo ao longo dos anos”, com os pontos-chave: "humanizar e descarbonizar", insistiu.

Na apresentação, Paula Teles adiantou que se pretende um “plano de 4.ª geração, que dê prioridade à humanização da cidade, promovendo a criação de relações uns com os outros”, fazendo com que a “cidade seja a nossa casa”, refere a nota de imprensa.

A especialista defendeu a ideia “da Marinha Grande ser uma cidade de 15 minutos em que, nas curtas distâncias, as pessoas possam andar a pé”, tendo acessíveis os principais serviços e equipamentos de que necessitam, deslocando-se com segurança.