O responsável não divulgou os os valores do compromisso, mas prometeu um anúncio durante a próxima cimeira sobre a Síria, que acontece em Bruxelas no início do mês de abril.

“Portugal, na próxima conferência que se realiza sobre a Síria, em Bruxelas, no próximo mês, reforçará as suas contribuições financeiras para o apoio humanitário à Síria”, disse o ministro.

Em fevereiro do ano passado, Portugal anunciou uma contribuição de 25 milhões de euros para a resposta à emergência humanitária na Síria.

Augusto Santos Silva fez estas declarações à margem de uma sessão plenária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da coligação que combate o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, composta por 68 países e organizações internacionais.

O ministro diz que a atmosfera do encontro foi “otimista, mas não irrealista”.

“Registámos, e congratulámo-nos, com o recuo militar das forças do Daesh [acrónimo árabe para designar o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico] no Iraque. Neste momento, mais de 60% do território iraquiano que havia sido conquistado pelo Daesh foi-lhe reconquistado. O Daesh está a perder a guerra no Iraque. Semelhante [situação] na Síria. Mais de um terço do território sírio que tinha caído nas mãos do Daesh foi-lhe recuperado e, portanto, esse sonho louco, demencial, do chamado califado está cada vez mais longe da realidade”, explicou o ministro.

O chefe da diplomacia portuguesa disse, no entanto, que “há muito a fazer e o combate ao terrorismo faz-se em várias frentes.”

“Temos de combater o Daesh no Iraque e na Síria, temos de negociar uma solução para a Síria, temos de olhar para o problema dos chamados combatentes estrangeiros e temos de olhar para os fenómenos de radicalização que crescem na nossa própria Europa. É uma tarefa enorme”, disse o ministro.

Este foi o primeiro encontro do género organizado pela nova administração americana, liderada por Donald J. Trump, que prometeu durante a campanha uma nova estratégia para terminar com o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas Santos Silva não viu diferenças na abordagem dos EUA.

“O que vi, comparado com a última reunião, foi continuidade. A mesma lógica, muito boa, de prestar apoio aos aliados e as informações o mais detalhadas possível, quer do ponto de vista militar, quer do ponto de vista humanitário, e uma troca de ideias muito franca e muito aberta”, explicou o português.

Augusto Santos Silva lembrou ainda o discurso de abertura do encontro, feito pelo novo secretário de Estado, Rex Tillerson, que lembrou os desequilíbrios entre os vários países na contribuição militar e de ajuda humanitária.

“Chamou-me em especial a atenção ter dito que, de facto, havia um desequilíbrio. Os EUA asseguram 70% do esforço militar no Iraque e os restantes 67 países asseguram apenas 30%. Mas quando olhamos para o lado humano de reconstrução, os EUA asseguram apenas 25% e os restantes 75% são assegurado pelos outros 67 estados membros, e o principal desse esforço cabe aos países da União Europeia. Portanto, é preciso reequilibrar nos dois sentidos”, concluiu Santos Silva.

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