Em causa está o anunciado encerramento do balcão da localidade de Nogueira do Cravo até final de junho, o que representará o segundo fecho de uma dependência da CGD no município num intervalo de 15 meses.

"No final de março de 2017 fechou a CGD de Cucujães e agora, com o fecho da de Nogueira do Cravo, só ficaremos com um balcão do banco público em Oliveira de Azeméis e é evidente que esta situação merece o nosso repúdio", declarou à Lusa o presidente da autarquia, Joaquim Jorge.

"O banco estatal, pago com as contribuições dos portugueses, tem obrigações de serviço público e está obrigado a dar resposta às necessidades das populações, portanto, por muito que haja um plano de reestruturação em curso na CGD já há muito tempo, isso não se pode fazer à custa do encerramento de serviços básicos indispensáveis às comunidades", defende.

O autarca afirma que "o que se espera da CGD é que use de sensatez na condução de todo este processo e saiba aferir de forma adulta qual a importância de cada balcão para a comunidade em que está inserido, avaliando caso a caso, em detalhe, todos os aspetos que influem na vida de uma comunidade em caso de se avançar com um encerramento destes".

Joaquim Jorge critica, aliás, que a reestruturação da Caixa se esteja a fazer sem consulta às autarquias envolvidas: "A Câmara de Oliveira de Azeméis não foi auscultada na condução do plano e, tendo em conta que os municípios do país são na sua generalidade clientes importantes da CGD, é lamentável que nem esse tipo de sensibilidade tenha existido e que todo o processo se baseie em decisões unilaterais".

O Executivo está agora a analisar com a Junta da União de Freguesias de Nogueira do Cravo e Pindelo "as formas de luta possíveis", mas, pouco confiante na manutenção do balcão, o presidente da autarquia antecipa dificuldades no acesso dos clientes locais aos serviços do banco público: "O único balcão da CGD que vai restar estará situado na sede do concelho e isso representará mais uma dificuldade para a população porque o sistema de mobilidade local não permite grande proximidade".

Outro problema que Joaquim Jorge quer evitar é o desemprego dos colaboradores da CGD, já que "alguns vivem no concelho ou nas imediações e terão o seu posto de trabalho em risco" e outros, sendo alocados a novos serviços, "vão sofrer as consequências dessa mudança nas suas rotinas familiares".