O Memorial às Vítimas dos Incêndios de 2017, localizado junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande (Leiria), foi aberto na quinta-feira sem qualquer cerimónia pública de homenagem às vítimas dos incêndios florestais de junho (66 mortos) e outubro (49 mortos) de 2017.

A ausência de figuras de Estado foi criticada pela Associação de Vítimas do Incêndios de Pedrógão Grande, que hoje foi visitada pelo secretário-geral do PSD, Hugo Soares, e pelo presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha.

Em declarações à RTP1, Marcelo Rebelo de Sousa justificou a ausência com a inexistência de qualquer cerimónia organizada, adiantando que visitará em breve a região de forma incógnita.

"Não havia nenhuma cerimónia organizada nem pela associação, nem por nenhuma entidade oficial e então decidi fazer aquilo que fiz o ano passado que é ir incógnito", disse Marcelo Rebelo de Sousa, estimando que a visita possa ocorrer nos próximos dias.

Com esta visita, o chefe de Estado disse pretender avaliar no terreno "o que funcionou menos bem da lição de Pedrógão", apontando falhas à recuperação económica.

"O que não aconteceu ali foi a recuperação económica. As pessoas sentem que é um território deprimido e que largamente continua a ser pobre", acrescentou.

Por outro lado, apontou como positivas as lições aprendidas em matéria de combate e prevenção dos fogos.

"Na reconstrução imediata houve altos e baixos, com concordâncias e discordâncias, mas apesar de tudo alguma coisa se reconstruiu", disse.

Hoje assinalam-se seis anos desde os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocando a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves. Os fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional (EN) 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido o memorial.

Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.