Num requerimento entregue na Assembleia da República, os sociais-democratas eleitos pelo círculo de Leiria pediram ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, um “ponto de situação” sobre a Unidade de Cuidados Continuados (UCI) anunciada para ao Centro Hospitalar do Oeste.

O serviço foi anunciado em 2021, pelo secretário de Estado da Saúde, prevendo-se que fosse dotado de 12 camas e que funcionasse em simultâneo nos hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, que em conjunto com o hospital de Peniche formam o Cento Hospitalar do Oeste (CHO).

Lembrando que a maternidade do Hospital das Caldas da Rainha se encontra encerrada desde o início de junho, para a realização de obras de requalificação, os deputados questionaram se vai ser cumprido o prazo para a conclusão da intervenção, prevista para o final do mês de outubro.

As obras, no valor de 1,2 milhões de euros, são financiadas em 401 mil euros pelo programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Parto do Serviço Nacional de Saúde, em 82 mil euros pelo Estado e em 725 mil euros pela Câmara das Caldas da Rainha.

“Pese embora a compreensão para a necessidade de ajustes no decorrer da obra, ficou provado que são muitos os constrangimentos impostos às grávidas da região, pelo que se questiona se não deveria ter sido mantido o serviço simultaneamente com o decorrer das obras”, referem na pergunta, acrescentando que “resta esperar pelo fim das obras e encurtar ao máximo este tempo que medeia até à reabertura do serviço”.

Questionaram ainda qual o prazo para aprovação do Plano Diretor do CHO que, refere o documento, “tem vindo a ser mencionado pelo facto de estar concluído e apenas dependente da aprovação” do ministro.

Num segundo requerimento, os sociais-democratas alertaram que o Serviço de Urgência Geral do Hospital de Santo André, em Leiria, “está sob pressão há algum tempo”, impedindo “uma resposta correta ao nível da prestação de cuidados de saúde”.

De acordo com os deputados, a Federação Nacional dos Médicos tornou público que clínicos das especialidades de Cirurgia, Cardiologia e Pediatria “vão exercer direito de recusa” à realização de horas extraordinárias, a partir de outubro.

Os deputados querem saber se a tutela tem conhecimento da situação, que medidas vão ser tomadas para garantir o funcionamento da urgência e das especialidades referidas e se vão ser contratados mais recursos humanos para este hospital.

O CHL tem uma de área de influência correspondente aos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós, Nazaré, Pombal, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra, Ansião, Alvaiázere, Ourém e parte dos concelhos de Alcobaça e Soure servindo uma população de cerca de 400.000 habitantes.