Pedro Santana Lopes falava no lançamento da sua candidatura à presidência do PSD, numa sessão com cerca de mil apoiantes em Santarém, num discurso em que, logo nas suas primeiras palavras, referiu um dos seus principais objetivos na corrida para as "diretas" de janeiro.
"Em 2005 disse que ia andar aí e nunca pensei que essas palavras tivessem até hoje tal impacto. Hoje estou aqui, vim para clarificar, porque o PSD precisa disso e Portugal também precisa disso", declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
Pedro Santana Lopes explicou depois qual uma das duas ideias de clarificação.
"O PSD orgulha-se do trabalho de salvação nacional feito pelo Governo de Pedro Passos Coelho. Queremos um partido sem memória?", questionou o ex-provedor de Santa Casa da Misericórdia, numa alusão aos sociais-democratas que se demarcaram do anterior executivo.
Na sua intervenção, Pedro Santana Lopes visou de forma implícita o comportamento do seu rival Rui Rio, que, com Pedro Passos Coelho no Governo, aceitou um convite da "Animo", do antigo assessor parlamentar do PS António Colaço, para participar num almoço na Associação 25 de Abril com a presença do "capitão de Abril" Vasco Lourenço.
Visados por simpatias à esquerda foram ainda Pacheco Pereira, que esteve na Aula Magna de Lisboa nas sessões promovidas pelo falecido antigo Presidente da República Mário Soares contra o Governo, mas, igualmente, o antigo ministro social-democrata António Capucho, que esteve em ações da Fundação Mário Soares e apoiou o PS nas últimas eleições europeias.
Outra nota de demarcação de Pedro Santana Lopes passou pela sua intenção de desvalorizar a tese de Rui Rio, segundo a qual o PSD nunca foi um partido de direita.
"Nós somos um partido que vai do centro-direita até ao centro-esquerda. Francisco Sá Carneiro e Cavaco Silva nunca andaram entretidos com dissertações sobre essa matéria e levaram-nos a vitórias muito importantes. Eu quero fazer o mesmo, não tenho complexos nessas matérias", respondeu.
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