Em resposta à agência Lusa, a autarquia adiantou que até ao momento foram realojadas 16 famílias.

“Algumas famílias ainda estão em processo de mudança, mas, pelo que sabemos, já não pernoitam nas habitações dos Moinhos”, acrescentou.

No final de outubro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que depois de realojadas todas as famílias, as casas existentes seriam destelhadas “para não serem ocupadas”.

Questionada sobre se o destelhamento das habitações já estava em curso, a autarquia afirmou que o mesmo “ainda não foi efetuado”.

“As negociações com os proprietários da ilha dos Moinhos estão em curso e bem encaminhadas, mas esta ainda não veio à posse da Câmara Municipal do Porto. As casas existentes no bairro dos Moinhos pertencem a estes proprietários e não às famílias que foram realojadas”, referiu o município.

O mau tempo registado em meados de outubro afetou pela segunda vez o bairro dos Moinhos, depois de, em janeiro, várias casas terem ficado inundadas e em risco na sequência das enxurradas.

Em maio, o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, adiantou que o município se encontrava a desencadear os "procedimentos tendentes à aquisição da totalidade da ilha”.

"O primeiro passo é comprar a ilha na totalidade. O segundo passo é perceber quais são as condições geofísicas daquele território. Não nos podemos esquecer que, por debaixo dessa ilha, passa uma ribeira e foi essa ribeira que provocou os problemas em janeiro”, observou, destacando a necessidade de avançar com um estudo hidrológico.

“Não nos podemos esquecer que o Plano Diretor Municipal prevê para aquela zona uma bacia de retenção, um mecanismo para resolver essas enxurradas rápidas”, acrescentou, dizendo, no entanto, que “todas as possibilidades estão em aberto”.

Na reunião do executivo de 16 de janeiro, no decorrer da discussão em torno de uma proposta apresentada pelo BE para que as famílias daquela ilha fossem realojadas, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse ser preciso, inicialmente, "olhar para o território".

"Provavelmente, há partes daquele território onde não deve haver alojamento", disse, acrescentando que, nessas zonas, poderá vir a ser "mais prudente" criar bacias de retenção de água.

Destacando que o município tem "investido milhões na consolidação das escarpas" e que, ainda assim, "elas têm a patologia que têm", Rui Moreira salientou que o objetivo neste momento é adquirir as habitações.

"Não gostaríamos de avançar para a expropriação, acreditamos que vai ser possível chegar a acordo com os [proprietários] privados", referiu, dizendo que a "vontade maioritária" dos proprietários é vender as casas.