“O ZNPP colocará a unidade ‘4’ em encerramento a frio para determinar a causa precisa da fuga de água detetada e realizar a manutenção para reparar o gerador de vapor afetado”, frisou a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em comunicado.

Apesar do incidente, não foi detetada qualquer emissão de radioatividade, acrescentou a agência da ONU.

A AIEA, que conta com uma equipa de inspetores na central nuclear, divulgou também que o reator ‘6’ entrará em “desligamento a quente” nos próximos dias, para produzir vapor, que é utilizado para diferentes operações de segurança, como o processamento de lixo nuclear líquido.

A agência defendeu também hoje que o caminho mais seguro para a central nuclear passaria por instalar equipamentos externos de geração de vapor.

A AIEA divulgou ainda que a linha principal de alimentação foi hoje desligada e que a central teve de recorrer a uma ligação de apoio, sem ter, no entanto, de recorrer a geradores de emergência, como já ocorreu várias vezes no passado.

“Os repetidos cortes na ligação elétrica ressaltam a contínua e precária situação de segurança e proteção nuclear na usina”, sublinhou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

As inspeções da semana passada não detetaram a presença de minas ou explosivos em novos locais, mas confirmou a existência destes artefactos em locais já detetados em 23 de julho, acrescentou a agência da ONU.

No início de julho a Ucrânia acusou Moscovo de preparar uma provocação, com o Exército de Kiev a garantir que nos telhados dos reatores 3 e 4 “estavam colocados objetos semelhantes a engenhos explosivos”.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a AIEA exige que seja criada uma zona de segurança ao redor da central.

Depois de ter caído nas mãos do Exército russo em 04 de março de 2022, a maior central elétrica da Europa foi alvo de um incêndio e teve a rede elétrica cortada por diversas vezes, uma situação precária que faz recear um acidente nuclear.

O Exército ucraniano promove deste o início de junho operações ofensivas no leste e sul para tentar retomar os territórios ocupados pelas milícias separatistas russófonas e as forças russas, incluindo na região de Zaporíjia.