O criminoso, Michaël Chiolo, de 27 anos, descrito como um islamita "radicalizado", atacou os guardas após gritar "Allahu Akbar" (Deus é grande), relatou à AFP o representante sindical Alassanne Sall.

Por volta das 8:45 da manhã, o recluso atacou os guardas com uma faca de cerâmica. Um dos guardas sofreu uma grave lesão no peito, enquanto o outro sofreu cortes no rosto e nas costas, disse Sall, do sindicato Força Operária (FO).

"Foi realmente uma tentativa de assassinato. Havia sangue por toda parte. A unidade de visita familiar se tornou cena de batalha", acrescentou Sall.

De seguida, o agressor ter-se-á trancado na sua cela com a sua esposa, que estava de visita no momento do ataque, informaram funcionários da prisão de segurança máxima de Conde-sur-Sarthe, na Normandia (noroeste).

À noite, depois de 10 horas trancados na cela, ambos foram neutralizados e ficaram feridos - ela gravemente - numa operação das forças especiais, informaram fontes oficiais.

Reforços policiais foram enviados para o centro penitenciário, assim como o procurador da República de Paris, Rémy Heitz. A investigação está sob responsabilidade da seção antiterrorista da Procuradoria de Paris.

O ataque ocorreu na unidade familiar onde o prisioneiro, que cumpre uma sentença de 30 anos por sequestro seguido de morte, assalto a mão armada e apologia ao terrorismo, recebia a visita da sua esposa.

"Não há dúvidas quanto ao caráter terrorista deste ataque", declarou a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, que afirmou, ainda, que ordenou uma "inspeção" nesta prisão, que, segundo ela, é uma das mais seguras da França.

O preso ter-se á radicalizado na prisão, segundo uma fonte policial. Mas não estava na ala para pessoas radicalizadas, aberto em setembro nesta prisão, segundo a FO.

Chiolo foi condenado, juntamente com um cúmplice, em dezembro de 2015 pela morte por asfixia de um senhor de 89 anos, que havia sido sequestrado em sua casa perto da cidade de Metz (nordeste), em 2012.

Os dois homens tinham ido a casa desse homem para roubá-lo, sendo que a vítima foi amarrada e amordaçada na sua cama, tendo o seu rosto sido envolta com faixas médicas, enquanto os ladrões revistavam o seu apartamento. O corpo da vítima, que morreu de asfixia, foi encontrado no dia seguinte na cama.

Em novembro de 2015, enquanto aguardava a sentença do seu julgamento, foi condenado a um ano de prisão por apologia a um ato terrorista. Ele tinha pedido aos seus companheiros de prisão que representassem a cena do ataque à casa de espetáculos Bataclan no pátio da prisão.