Em entrevista à SIC, gravada hoje à tarde, Rio foi questionado sobre uma resposta que deu ao jornal Público, de que estará disponível a suportar, caso o PS vença as próximas eleições, um governo minoritário, tal como PSD defendeu que os socialistas deveriam ter viabilizado o executivo minoritário PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.

“É isso que os militantes do PSD esperam de mim, não é isso que eventualmente os militantes do PSD querem que diga hoje, mas eu se estou na política é para fazer diferente”, afirmou o antigo autarca do Porto.

Para Rui Rio, ao criticar esta sua resposta, Santana Lopes está a dizer “que faria o mesmo a António Costa que António Costa fez a Pedro Passos Coelho”, quando se aliou a PCP, BE e “Os Verdes” para rejeitar o programa de Governo de PSD e CDS-PP.

“Estou disponível para analisar a situação, em coerência com o que o PSD disse e sempre fez, permitir a um governo minoritário tomar posse e depois, diploma a diploma, votarmos ou não votarmos”, explicou.

“Quando o meu adversário vem criticar a minha resposta, quer dizer que, se ele ganhar as eleições, ou tem maioria absoluta ou o PS é atirado para os braços da geringonça”, afirmou.

Pelo contrário, antes das eleições legislativas previstas para 2019, Rio disse não estar disponível para este tipo de apoio ao Governo PS ou para uma eventual viabilização de um Orçamento do Estado, salientando que atualmente é o PSD o partido maioritário.

Na entrevista à SIC, Rui Rio admitiu alguma “afinação” de discurso para os próximos frente a frente com Santana Lopes, mas apenas isso, dizendo não estar disponível para “baixar o nível do debate” e considerou que Santana deve, mais do que a ele, um “pedido de desculpas” aos militantes do PSD pela postura que teve na RTP.

Rui Rio ‘afinou’ ainda algumas declarações que fez, no debate na RTP, sobre a atuação do Ministério Público – dizendo reconhecer algumas melhorias nos últimos anos – e hoje ao Público sobre o Presidente da República, de quem disse que gostaria de ver mais recato.

“Não é nas intervenções nem no conteúdo, quando muito na quantidade das declarações, no excesso de exposição, mas faço um balanço positivo”, salientou, referindo-se ao mandato de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém.

Na economia, Rio voltou a defender um modelo económico diferente – com o crescimento assente no investimento e nas exportações – e considerou que “uma economia equilibrada devia ter superavit” nos ciclos favoráveis, como o atual, para poder ter défice quando a economia está em declínio.

Sobre a atuação do governo PSD/CDS-PP no período da ‘troika’, Rio reiterou que concordou com o “rigor do rumo”, mas defendeu que poderia ter havido uma outra combinação de medidas, nomeadamente as que foram tomadas em relação aos pensionistas.

No final, questionado quando foi a última vez que foi ao teatro, Rui Rio confessou não se lembrar e, apesar de preferir o cinema, admitiu que não vai desde o dia seguinte a sair da Câmara do Porto, há mais de quatro anos.