“Nós somos os segundos, eles (os chineses) são os primeiros” emissores mundiais desses gases e “sem uma ação agressiva da China e dos Estados Unidos para reduzir as emissões, não venceremos esta batalha”, afirmou Kerry em conferência de imprensa no Dubai, onde o encontro decorrerá entre quinta-feira e 12 de dezembro.

“Decidimos trabalhar em conjunto para o êxito desta COP (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas)”, acrescentou, mencionando a sua última reunião, no início de novembro, com o homólogo chinês, Xie Zhenhua.

As conversações “prosseguirão nos próximos dias no Dubai”, segundo o enviado norte-americano, que instou os dois países “a acelerar” a sua ação para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius em relação aos níveis da era pré-industrial, como prevê o acordo de Paris de 2015.

A China é atualmente o maior emissor mundial, mas, se forem tidas em conta as emissões cumulativas dos países ao longo do tempo, fica em segundo lugar, atrás dos Estados Unidos.

Numa entrevista à agência de notícias francesa AFP em setembro, o diretor da Agência Internacional da Energia (AIE), Fathih Birol, exortou Washington e Pequim a porem de lado “as suas tensões geopolíticas e económicas” durante a COP28.

Após meses de conversações discretas, os dois países divulgaram em novembro um comunicado conjunto sobre o clima, no qual definiam vários eixos de coordenação, nomeadamente sobre o metano, o segundo gás com efeito de estufa, a seguir ao dióxido de carbono (CO2). Esse comunicado referia igualmente objetivos conjuntos para a COP28.

Uma das decisões mais aguardadas, a aprovar oficialmente por unanimidade, será sobre a elaboração do primeiro “balanço” do acordo de Paris.

Essa avaliação deverá “obter a confiança do mundo sendo sincera, forte, visionária e completa”, defendeu John Kerry, afirmando que os Estados Unidos vão insistir para que seja mencionada “a aceleração do abandono progressivo dos combustíveis fósseis ‘unabated’”, ou seja, sem extração ou armazenamento de CO2.

“Estou confiante em que faremos progressos. A questão é saber até que ponto (…). A árvore será julgada pelos seus frutos”, sentenciou.