O anúncio foi feito hoje pela comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, numa entrevista a várias agências de notícias europeias, incluindo a Lusa.

“Até agora, já concluímos três acordos, com a AstraZeneca, a Sanofi-GSK e a Johnson & Johnson, e já terminámos negociações com outras três produtoras de vacinas – a BioNTech e Pfizer, a Curevac e a Moderna -, portanto é provável que tenhamos um portefólio de cerca de seis vacinas promissoras”, declarou Stella Kyriakides.

“Este era o nosso objetivo desde o início, ter um portefólio que nos permitisse ter maiores possibilidades de sermos bem-sucedidos no acesso a vacinas seguras e eficazes”, acrescentou a responsável nesta entrevista à Lusa e a outras agências, como a AFP e Efe, que será publicada na íntegra na quarta-feira.

A comissária europeia da Saúde classificou ainda como “bastante encorajadora” a notícia de segunda-feira sobre a eficácia de 90% de uma potencial da vacina para a covid-19 das farmacêuticas norte-americana Pfizer e alemã BioNTech.

“No caso da BioNTech e Pfizer, nós já concluímos as negociações e esperamos que este contrato seja assinado nos próximos dias”, após a adoção formal do documento no colégio de comissários de quarta-feira, precisou Stella Kyriakides.

No que toca aos procedimentos de validação, a responsável indicou que “a Agência Europeia dos Medicamentos já começou a sua avaliação contínua dos dados relativos às vacinas da BioNTech e Pfizer e da AstraZeneca”.

“Isto significa que a Agência Europeia dos Medicamentos começou já a avaliar a parte preliminar destas vacinas, no que toca a estudos laboratoriais, não a dados clínicos”, explicou.

Já questionada sobre a disponibilização das vacinas aos Estados-membros da UE, Stella Kyriakides salientou que, tal como acordado pelos países, esta será uma distribuição “baseada na população” e será feita ao mesmo tempo para todos, quando as potenciais vacinas se revelarem eficazes e seguras.

Na segunda-feira, a Pfizer revelou que dados provisórios sobre a sua vacina contra o novo coronavírus indicam que pode ser eficaz em 90% dos casos.

O anúncio não significa, contudo, que uma vacina esteja iminente. A análise provisória, de um conselho independente de monitorização dos dados, verificou 94 infeções registadas até agora num estudo que envolveu quase 44.000 pessoas nos EUA e em cinco outros países.

A Pfizer não forneceu mais detalhes sobre estes casos e alertou que a taxa de proteção inicial pode mudar até o final do estudo.

Também hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse em comunicado que o executivo comunitário irá aprovar na quarta-feira a aquisição de 300 milhões de doses da vacina da BioNTech e Pfizer, classificando como a “mais promissora até agora”.

Até ao momento, a Comissão Europeia já assinou contratos com três farmacêuticas para assegurar vacinas para a Europa quando estas se revelarem eficazes e seguras: a AstraZeneca (300 milhões de doses), a Sanofi-GSK (300 milhões) e a Johnson & Johnson (200 milhões).