A companhia aérea norte-americana United Airlines está novamente a braços com um problema de relações públicas. Depois de retirar um passageiro à força para ceder lugar a membros da companhia, agora os problemas surgiram no porão. E não acabaram melhor que para David Dao, o médico de 69 anos que foi arrancado à força do lugar, no aeroporto de Chicago. Agora, a mesma companhia e o mesmo aeroporto de O’Hare estão novamente no centro de problemas com passageiros e a respetiva integridade física.

Simon, um coelho de 10 meses e 90 centímetros, ia a caminho de uma nova casa, em Chicago. Embarcou em Londres, Inglaterra, e deveria ter chegado aos Estados Unidos, do outro lado do Atlântico, destinado a uma carreira como o futuro maior coelho do mundo. Uma coisa que lhe estava no sangue: o pai, Darius, o maior coelho do mundo, chegou a medir 1 metro e 32 centímetros.

A viagem, no porão de carga de um Boeing 767-300, revelou-se fatal para o coelho da espécie gigante continental, que foi encontrado morto, já depois da aterragem.

A companhia aérea entretanto veio dizer estar triste pela morte do animal e acrescentar estar a analisar o incidente. “A segurança e o bem estar de todos os animais que viajam connosco são da maior importância para a United Airlines e para a nossa equipa PetSafe (animal seguro)”, diz uma porta-voz da empresa citada pelo jornal britânico The Sun.

Uma fonte do aeroporto americano, ouvida pelo tabloide, diz que a morte do coelho gerou pânico na equipa da United Airlines. “Depois do vídeo viral [com o episódio de David Dao], ninguém quer a responsabilidade de matar aquele que deveria vir a ser o maior coelho do mundo”.

A criadora do animal, Annette Edwards, bem como aquele que deveria ter sido o novo dono do coelho (uma celebridade, cujo nome não foi revelado), vão agora partir para o tribunal. Annette diz que o animal fora visto por um veterinário três horas antes do embarque, como a lei do Michigan, para onde o animal ia, exige, e que estava bem de saúde. “Algo muito estranho aconteceu e eu quero saber o quê”, diz a criadora de 65 anos. “Já enviei coelhos para todo o mundo e nunca isto tinha acontecido”.

Aparentemente insólita, a notícia da morte do coelho foi publicada pela imprensa. A BBC e o Guardian, por exemplo, não deixam esquecer os incidentes de há cerca de três semanas, quando a companhia aérea foi atirada para o centro das discussões pela forma como trata os seus passageiros.

Em 2015, a companhia aérea transportou quase 100 mil animais nos seus aviões, tendo sido registadas apenas 14 mortes na United Airlines nesse ano. No total, o Departamento dos Transportes norte-americano registou a morte de 35 animais a bordo de aviões das companhias americanas.