O protesto foi convocado pelo Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo, que defende que seja o Estado a assumir a gestão do hospital, atualmente responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS).

“Enquanto o hospital esteve no SNS funcionou sempre com todas as condições, sem nenhuma perturbação, e agora, que está sob gestão da SCMS, é o que se está a ver”, disse à agência Lusa Luís Mestre, porta-voz do movimento.

Na opinião deste responsável, a Misericórdia de Serpa “não está a ter condições para fazer a gestão” da unidade, o que leva o movimento a pedir que seja “o Estado a assumir a gestão direta de uma vez por todas”.

“O tempo vai passando e o problema do hospital [de São Paulo] não é resolvido. E, além de não ser resolvido, vai-se agravando com o passar do tempo, pois temos um serviço de urgência que cada vez funciona com mais irregularidade”, acrescentou.

Esta situação levou mesmo Luís Mestre a considerar que a população de Serpa “está, neste momento, privada de um dos mais elementares direitos consagrados na Constituição, que é o acesso à Saúde”.

“Temos um serviço de urgência que funciona com cada vez mais irregularidade, o que é uma situação inaceitável com a qual não podemos continuar a compactuar”, reforçou.

O protesto do Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo ocorreu pouco depois da visita do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, à unidade, no âmbito do roteiro Saúde Aberta, que no dia 03 de julho foi dedicado ao distrito de Beja.

Na ocasião, o governante remeteu para o final de 2024 uma decisão sobre a eventual reversão da gestão do hospital de Serpa, para o SNS.

“Teremos todo o próximo ano para tomar uma decisão final sobre se fazemos ou não a reversão [da gestão do hospital] para a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo”, afirmou na altura Manuel Pizarro, em declarações aos jornalistas em Serpa.

Para o porta-voz do movimento, a visita do ministro da Saúde a Serpa “pouco ou nada adiantou em termos da resolução concreta do problema” do Hospital de São Paulo.

“O ministro diz que este protocolo com a Santa Casa [da Misericórdia de Serpa] só termina em 2024 e manifestou interesse em deixar tudo como está até essa altura, o que nós não podemos de qualquer forma aceitar”, frisou Luís Mestre.

Esta responsável criticou ainda o facto de o Estado estar “a injetar dinheiro numa instituição para prestar um serviço que não está a ser prestado de forma adequada”.