"A execução deste ano é totalmente em linha com aquilo que está no Orçamento do Estado para 2016, quer do lado da despesa, quer do lado da receita, e essa é a preocupação fundamental hoje. Em meados de outubro falamos sobre o Orçamento de 2017", afirmou aos jornalistas o governante, à margem de um evento em Lisboa.

"Os objetivos orçamentais do Governo mantêm-se. A execução conhecida hoje do mês de agosto mostra uma execução em linha com aquilo que vinha a acontecer nos outros sete meses do ano. Uma evolução rigorosa e contida da despesa, uma execução orçamental do lado da receita que está em linha com os desenvolvimentos macroeconómicos conhecidos, o mercado de trabalho, o crescimento bastante forte das contribuições sociais, no consumo e na receita bruta do IVA", sublinhou Centeno.

E reforçou: "Essa é a linha do Orçamento do Estado e os nossos objetivos mantêm-se".

Questionado sobre os números do crescimento económico, o ministro vincou que os mesmos "estão a ser acompanhados e analisados", acrescentando que, "na medida em que eles se refletem no Orçamento do Estado, as contribuições sociais estão em aceleração em agosto face a julho".

Centeno destacou que as contribuições sociais "têm uma execução no mês de agosto com um crescimento de 5,1% face ao ano passado, que reflete um aumento muito substancial - superior a 3% - do número de portugueses com contribuições para a Segurança Social".

O governante apontou também para um "crescimento muito robusto dos salários médios na economia portuguesa".

Segundo o ministro, "estas duas variáveis do ponto de vista macroeconómico são muito significativas".

"A mesma questão se coloca do lado das receitas do IVA. Temos um crescimento do IVA bruto próximo dos 3%, em linha com o Orçamento do Estado. Esta é a incidência orçamental da evolução macroeconómica", frisou.

"Aquilo que nós temos vindo a observar é uma desaceleração do crescimento das exportações, mas essa desaceleração do crescimento das exportações é totalmente alinhada com aquilo que é a procura externa dirigida à economia portuguesa. As empresas portuguesas não estão a perder quota de mercado, estão a conseguir ultrapassar os constrangimentos que se colocam nalguns mercados específicos, como o mercado angolano, o mercado brasileiro, ou até, nalgumas dimensões, o mercado chinês, com ganhos de quota em mercados como os da União Europeia", referiu.

De resto, Centeno realçou que "o investimento está a acelerar ao longo do ano" e que "os números do segundo trimestre mostram um crescimento face ao primeiro trimestre de 1,3%", garantindo que "essa nota também se manterá ao longo do ano".

Quanto às medidas que vão constar no Orçamento do Estado para 2017, o governante jogou à defesa.

"O Orçamento do ano que vem vai ser apresentado em meados de outubro na Assembleia da República e vamos ter oportunidade de falar sobre ele", afirmou, sem mais comentários.

O défice das Administrações Públicas atingiu 3.990 milhões de euros até agosto deste ano em contas públicas, menos 81 milhões de euros do que o registado no mesmo período de 2015, divulgou hoje o Ministério das Finanças.