"É a grande ameaça à exportação de 2022", afirmou o engenheiro guineense.

Segundo Mama Samba Embaló, o setor privado guineense tem neste momento duas preocupações em relação à campanha de comercialização da castanha de caju, que foi hoje lançada oficialmente numa cerimónia, que decorreu no Palácio do Governo, em Bissau.

"Primeiro há os contentores de caju exportado no ano passado que ainda não chegaram ao destino e que se encontram em trânsito em outros portos", afirmou, explicando que a segunda preocupação está relacionada com "algum estoque de caju do ano passado que ainda não saiu devido à falta de contentores e de navios".

O presidente em exercício da CCIAS explicou que o problema se agravou com a saída da Maersk do país, mas há promessas do Governo para encontrar uma solução para o problema dos contentores e navios que vão exportar o caju deste ano.

"É um problema. Sem a existência de navios para garantir campanha deste ano, a exportação deste ano vai ser muito difícil. Temos de arranjar a solução para o caju em trânsito e para a exportação do caju deste ano", salientou.

Em agosto de 2020, a empresa dinamarquesa Maersk viu-se envolvida numa polémica judicial em Bissau, que culminou com o arresto de um navio da companhia, que acabou por ser libertado mais tarde.

Na sequência do contencioso que motivou, na altura, uma ordem de prisão, entretanto não cumprida, ao então ministro dos Transportes da Guiné-Bissau Jorge Mandinga, a quem o juiz acusou de ter mandado soltar ilegalmente o navio apreendido, a Maersk decidiu abandonar o país.

Fontes ligadas ao setor privado guineense admitiram à Lusa que a saída da companhia, que opera em mais de 130 países e é uma das principais transportadoras de contentores no mundo, tem afetado a atividade do comércio na Guiné-Bissau.

A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, motor do crescimento económico do país, e da qual depende direta ou indiretamente 80% da população guineense.

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