"Faz parte das armas da Rússia lançar estas ideias. Não temos bases nenhumas para qualquer tipo de confirmação sobre o assunto", indicou à agência Lusa o governante, à margem da sessão de encerramento do Ciclo de Conferências "A Diplomacia e a Independência de Portugal", no Palácio da Independência, em Lisboa.

Questionado sobre o número de combatentes portugueses na Ucrânia, João Gomes Cravinho lembrou que o Governo teve conhecimento de sete, julgando "que alguns já terão saído".

"Os números que nós temos são os mesmos números que demos quando, da última vez, a Rússia também veio com afirmações de portugueses participantes", atentou, acrescentado não ter "nenhum registo de morte de portugueses em ação na Ucrânia".

A Rússia reivindicou na terça-feira a morte de 391 combatentes estrangeiros na Ucrânia nas últimas três semanas, incluindo um que o Ministério da Defesa russo identificou como português.

Além dos "mercenários" abatidos pelas forças russas, o ministério disse que, no mesmo período, 240 combatentes estrangeiros fugiram da Ucrânia e 151 chegaram ao país que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro.

"Nas últimas três semanas, o número de mercenários na Ucrânia diminuiu de 3.221 para 2.741 como resultado das ações ofensivas das unidades das Forças Armadas russas e das milícias populares das repúblicas de Lugansk e Donetsk", disse o Ministério da Defesa russo num comunicado.

O ministério divulgou na rede social Telegram uma lista de mercenários por países, em que refere a chegada de 105 de Portugal desde o início do conflito.

Desse total, 20 figuram como mortos e outros 20 como tendo fugido, pelo que continuariam 65 na Ucrânia, segundo os dados divulgados por Moscovo.

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