última sondagem, ao dar 66 a 69 deputados aos independentistas coloca-os dentro da possibilidade de maioria absoluta (68 deputados). O conjunto dos partidos unionistas que defendem a continuidade da Catalunha em Espanha fica, nesta sondagem, com resultados revelados no dia da votação, em inferioridade no número de deputados: 55 a 58.

É possível, e até provável, que aconteça um cenário desconcertante: o bloco que se opõe à independência ter mais votos mas, mesmo assim, menos deputados. É um efeito do sistema eleitoral. Já aconteceu assim em 1999, em 2003 e em 2015.

As duas partes que se hostilizam terão certamente argumentos para que cada uma reivindique algum êxito. É o combustível para que o confronto continue.

A Catalunha enfrenta o sério risco de continuar em impasse. A democracia espanhola tende a ficar confrontada com novo teste e, até agora, nesta questão catalã, várias vezes mostrou não ter a grandeza devida.

Se o conjunto dos partidos independentistas confirmar a maioria no parlamento catalão, será que o poder central em Madrid vai devolver à Catalunha toda a autonomia institucional que antes tinha e que em outubro ficou congelada?

Em qualquer caso, será que todos vão no curto prazo poder voltar a casa? Tanto os dirigentes independentistas que agora estão na cadeia e que se consideram presos políticos, como os que estão em auto-exílio em Bruxelas?

Será que vai ser possível reconstruir a convivência dentro de casas e famílias onde há gente que deixou de se falar por causa do choque na defesa apaixonada dos blocos em confronto?

As empresas que deslocaram a sede social para fora da Catalunha vão retornar? 

Vai ser possível que apareça algum líder político capaz de abrir o diálogo e negociação entre as duas partes que estão, cada uma, tomada pelo ódio contra a outra? O socialista Miguel Iceta, no campo mais espanholista e a alcaldessa de Barcelona, Ada Colau, no lado independentista, têm dado sinais de intenção de explorar as possibilidades de levantamento dessa ponte. Irão conseguir?

São muitas as dúvidas e inquietações que envolvem o voto de hoje e o futuro próximo na Catalunha. Há quem pense que será necessária a mudança de governo em Madrid para que possa ser construída alguma negociação sobre alterações no modelo do estado espanhol.

Por entre tantas dúvidas há um efeito colateral que desponta: o vigor do novo partido Ciutadans/Ciudadanos está a arrebatar muito voto que antes era do Partido Popular de Rajoy. O atual chefe de governo em Madrid, certamente, já percebeu que está ali uma ameaça ao seu poder.

O voto catalão nas primeiras páginas dos jornais:

AraLa VanguardiaEl PeriódicoEl PaísEl Punt AvuiEl MundoLa RazonABCLibérationLe Figaro Le MondeThe National,  PúblicoDN.

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