Estudantes recambiados dão uma conferência de imprensa. Quem será o spin doctor desta coisa? Há uma dimensão razoável para a asneira e depois há o excesso. E se há coisa que não se pode dizer nesta conferência de imprensa é que foi tudo um pequeno equívoco sem importância (para citar um título de Tabucchi, pois, quem sabe, se algum dos estudantes não terá lido o mais português dos escritores italianos?).

Não pode ter sido. Este tipo de unidade hoteleira está habituado a asneiras, várias asneiras e de espectro largo. Mil alunos expulsos não é coisa pouca. Quem são estes miúdos não é tão relevante quanto saber quem é esta geração. Acreditam em quê? Esperam o quê? O prazer imediato com substâncias susceptíveis de mudar o humor? Beber até cair?

O fado diz: bebo para me lembrar que bebo para esquecer. Mil progenitores devem querer esquecer que isto está a acontecer.

Que alguém defenda os estudantes, não acho mal (e não serão todos passíveis de ser culpados de tudo, existem decerto estudantes que não fizeram nada de relevante; as generalizações são sempre má política) e haverá sempre uma versão A e uma versão B. Mas, convém não esquecer os factos, e a defesa precisa de ser realista.

Jovens que bebem até cair e destroem sem sentido de respeito pelo outro só são jovens até um certo ponto. Porque beber, como outras coisas, exige responsabilidade. E aí não podemos simplesmente dizer: são miúdos. Ou podemos?