Em causa estão os bilhetes disponibilizados pela organização a 7,50 euros para jovens entre 16 e 23 anos, num total de 12 mil unidades (10 mil das quais já esgotaram).

“Temos um sistema para identificar todas essas pessoas [que cometeram fraude]. Todos os bilhetes são eletrónicos, não é como se fosse um jogo de futebol em que se imprimem bilhetes que podem ser revendidos”, disse Paddy Cosgrave em declarações à agência Lusa, a uma semana do início da Web Summit.

O responsável ironizou, referindo que “talvez até seja muito empreendedor alguém comprar um bilhete de estudante, quando, obviamente, não é assim tão novo”.

“Nós identificámos uma pessoa e acho que só estava a tentar fazer dinheiro. Parte de mim entende isso, mas outra parte acha que isso foi nojento”, afirmou à Lusa.

No âmbito da iniciativa Inspire Portugal, promovida em parceria com o Governo, a organização disponibilizou bilhetes a preços reduzidos que dão acesso às conferências que decorrem no palco principal, mas apenas por meio-dia (ou da parte da manhã ou da tarde).

Para ter acesso a estes bilhetes, os interessados tinham de fazer um pré-registo ‘online’ e, caso vencessem, tinham de dar dados pessoais. À entrada, tais informações serão verificadas, desde logo a idade.

“Mesmo sendo um bilhete limitado, para parte do dia, alguém achou que era boa ideia tentar vendê-lo por 1.000 euros. Felizmente, ninguém pagou 1.000 euros por esse bilhete”, assinalou Paddy Cosgrave.

Apesar de ver como “um bom sinal” a deteção destas fraudes, o responsável notou que odeia ter de controlar os bilhetes.

Admitiu, inclusive, que as burlas continuem através de outras formas, mas frisou que “a segurança é muito profissional”.

Paddy Cosgrave explicou à Lusa que a organização resolveu hoje disponibilizar mais dois mil bilhetes para jovens por terem tido muita procura.

“Quando temos 100 mil pessoas a inscreverem-se [para os 10 mil bilhetes inicialmente disponibilizados a 7,50 euros], queremos tentar dar uma oportunidade a todos”, assinalou.

O objetivo é evitar lugares vagos: “Acho que é uma vergonha ter uma cadeira vazia quando se pode ter lá um jovem de 16 anos sentado a ser inspirado [pelos oradores]”.

Para o público em geral, os preços dos bilhetes para o evento estão a rondar os 1.500 euros.

Sem indicar quantos bilhetes foram vendidos até ao momento, Paddy Cosgrave estimou que esgotem até domingo, dia anterior ao início da Web Summit, que decorre entre segunda-feira e quinta-feira no Parque das Nações, em Lisboa.

“Na sexta-feira talvez aumentemos os preços para 2.500 euros”, adiantou, frisando que este será o valor máximo cobrado.

Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave e os cofundadores Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores.

A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, vai manter-se em Lisboa até 2020 e poderá ficar por mais dois anos.