O centenário Salão Central Eborense, que se encontra degradado e fechado há cerca de 30 anos, vai ser transformado num espaço polivalente para as artes, prevendo-se o início das obras no próximo ano.

"Este é o primeiro passo que há-de conduzir, esperamos nós em 2018, ao lançamento da empreitada e à obra de requalificação", afirmou o vereador da cultura da Câmara de Évora, Eduardo Luciano, em declarações à agência Lusa.

O autarca referiu que "o projeto foi aprovado com condições", tendo em conta a importância do edifício, de entre as quais as sondagens arqueológicas, que estão a cargo de uma equipa do município, em colaboração com a Universidade de Évora.

Segundo o município, as sondagens decorrem de imperativos legais e tornam-se necessárias para se proceder a uma intervenção de salvaguarda e registo de eventuais elementos e vestígios patrimoniais ali existentes.

"Atualmente, está a decorrer a candidatura para o financiamento, que está garantido, e a execução dos projetos de especialidades e, enquanto dura este interregno, estamos a avançar com algo que é absolutamente essencial e que é prévio à obra", disse.

Eduardo Luciano adiantou que os trabalhos arqueológicos foram antecedidos, em junho e julho, por uma operação de limpeza e remoção dos entulhos acumulados no edifício durante os vários anos em que esteve encerrado.

"As sondagens arqueológicas sobre uma zona concreta do Salão Central Eborense começaram há uns dias", realçou o vereador, prevendo que os trabalhos se prolonguem até ao final do ano, "dependendo do que for encontrado".

Considerando que será "um concurso complexo", devido ao valor da empreitada, o autarca assumiu que, "se tudo correr bem, de forma célere e sem grandes atropelos, no final do primeiro semestre de 2018, estará adjudicada a empreitada para começar a obra".

A reabilitação do Salão Central Eborense é um dos projetos do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Évora, já assinado com o programa operacional Alentejo 2020.

O Salão Central Eborense foi mandado construir, em 1916, pelo empresário José Augusto Anes como espaço de cultura e variedades e, ao longo dos anos, passou pela mão de diversos proprietários, sempre com a predominância da exibição de cinema.

Com o passar dos anos, a afluência de público diminuiu, levando ao seu encerramento definitivo no final dos anos 80, tendo a câmara municipal adquirido o edifício em 1996.

O projeto da Câmara de Évora vai permitir transformar o imóvel numa sala polivalente dedicada às artes, com um espaço principal para espetáculos e performances e outro para ensaios, num piso inferior.