O veganismo está a tornar-se numa das tendências mais populares no mundo da alimentação. Pelo menos, assim advoga este documentário, apresentado em primeira mão no Festival de Sundance e que tem James Cameron como produtor executivo, mas que no dia 19 de fevereiro estreou no Festival de Berlim.

Realizado por Louie Psihoyos, a narrativa conta a história da antiga estrela do MMA/UFC e treinador das Forças Especiais norte-americanas, James Wilks, que viaja pelo mundo à procura de respostas sobre a crença de que a carne é a necessária para adquirir proteína, força e desempenho físico.

"Quando parei de comer carne, fiquei maior e mais forte", assegura Baboumian, alemão de origem iraniana, enquanto levanta e move quatro homens como se fossem penas.

Até "os gladiadores eram veganos", refere o documentário de Psihoyos, fazendo eco a um estudo elaborado a partir de cerca de 5.000 ossadas de lutadores romanos.

O colesterol do 'Exterminador Implacável'

Contudo, para além daquilo que poderia ser uma constatação curiosa, o filme, exibido na seção "Cinema Culinário" do Festival de Berlim, mergulha em estudos científicos e opiniões de especialistas, que advertem sobre os riscos para a saúde de ingerir proteínas animais, especialmente relacionados com as doenças coronárias.

Nesse contexto, Schwarzenegger reconheceu que passou de consumir 110 gramas de proteína animal por dia, para uma dieta vegana. "Aos meus quase 69 anos, tenho o nível de colesterol mais baixo da minha vida!", assegura o "Exterminador".

Psihoyos, um ambientalista que em 2010 ganhou um Oscar com o filme "The Cove", no qual denunciava a pesca de golfinhos no Japão, explicou à AFP ter percebido que a melhor maneira de lutar pela preservação do planeta era apelando aos hábitos alimentares.

"Comprar um carro híbrido ou mudar o tipo de lâmpadas tem muito menos impacto que a alimentação, dado que comemos três vezes ao dia!", defende este norte-americano, em cujo filme mostra até que ponto a criação maciça de gado afeta o meio ambiente.

Ereções noturnas

Psihoyos assegura que cada um pode encontrar o argumento que melhor lhe convenha no documentário para parar de comer carne.

Para além de questões sobre saúde, desporto ou ambiente, para aqueles jovens que "acreditam que vão viver para sempre", o filme mostra três rapazes que se submetem a um exame para determinar o número de ereções que têm durante a noite e que revelam um dado curioso: nos períodos em que eliminaram a proteína animal, o número disparou.

"Este pode ser o pretexto mais poderoso, porque todos querem render sexualmente", assegura a sorrir Psihoyos, que assume ser vegano.

Se a ideia de que comer carne é saudável segue amplamente vigente, isso deve-se, segundo o documentarista, aos interesses da indústria agroalimentar.

"Há [vários] mil milhões de dólares em jogo" e o setor "tenta reter pelo maior tempo possível a informação" prejudicial, da mesma forma que aconteceu com a indústria do tabaco na segunda metade do século XX, afirma Psihoyos.

 O realizador está confiante que o filme vai causar impacto na sociedade: "95% das pessoas que o viram nas [versões de] testes disseram estar dispostas a modificar a sua dieta", revelou.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.