A antiga receita das monjas que ocuparam o Mosteiro de Santa Maria de Coz “vai ser recriada numa parceria entre a Casa do Pão de Ló de Alfeizerão e o projeto Coz’Art”, anunciou hoje o presidente da Câmara de Alcobaça durante a apresentação da XIX Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais.

O pão-de-ló “reinventado” vai ser lançado no primeiro dia da mostra, data a partir da qual ficará disponível ao público no Centro de Bem Estar Social de Coz, na antiga Adega das Monjas e na Casa do Pão de Ló de Alfeizerão, uma das freguesias do concelho.

O lançamento do novo doce é uma das novidades da edição que, pela primeira vez, contará com “uma pista de gelo sintético, ambientalmente sustentável”, divulgou o autarca que aguarda a autorização da Direção Geral do Património Cultural (DGPC) para que aquele equipamento seja instalado junto à Ala Sul do Mosteiro de Alcobaça, onde decorrerá a mostra.

O evento, onde cerca de 40 expositores mostrarão doçaria conventual das ordens de Cister, Santa Clara e São Bento, ficará ainda marcado pelo regresso do Mosteiro de Santa Maria do Sobrado, um mosteiro cisterciense de fundação medieval localizado na Galiza.

Durante o certame serão ainda apresentados três livros em torno da culinária e doçaria e da história de Alcobaça.

Cornucópias (Alcobaça), Pão-de-Ló de Alfeizerão (Alcobaça), Pastéis de Santa Clara (Coimbra), Brisas do Liz (Leiria), Licor de Ginja (Alcobaça), Licor de Singeverga (Roriz – Santo Tirso), D. Rodrigo (Portimão), Pão de Rala (Alentejo), Trouxas do Mondego (Tentúgal), Pudim Abade de Priscos (Braga) e o famoso “Dulce de Leche” dos monges do Mosteiro do Sobrado são algumas das iguarias com que a autarquia estima atrair ao mosteiro “entre 30 mil a 50 mil visitantes”, adiantou Paulo Inácio.

A mostra, que nos dois últimos anos contou com o apoio de fundos comunitários para a realização de espetáculos de vídeo-mapping na fachada ou no interior do Mosteiro, viu este ano o orçamento reduzido para 100 mil euros, cerca de metade da verba dos anos anteriores.

A Doçaria Conventual em Alcobaça deve-se às tradições gastronómicas deixadas pelos monges de Cister que ali permaneceram por mais de sete séculos.

Os doces conventuais sempre estiveram presentes nas refeições que eram servidas nos conventos e os muito apreciados licores, destilados a partir de bagas e de várias plantas, eram inicialmente usados para fins medicinais.

A mostra é, segundo Ana Pagará, diretora do Mosteiro de Alcobaça, “um dos pontos altos em termos de visitação” do monumento eleito pela UNESCO Património da Humanidade e uma das Sete Maravilhas de Portugal.