“O Museu da Música tem condições para atrair novos públicos e será também ele próprio um incentivo para que mais visitantes venham conhecer o palácio em todas as suas dimensões, artística, arquitetónica, imateriais e religiosas”, afirmou o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

As obras, orçadas em seis milhões de euros, vão decorrer durante um ano e são financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O governante sublinhou que Mafra é o segundo concelho do país a ter mais verbas garantidas pelo PRR para o património, 18 milhões de euros.

Além do investimento no Museu Nacional da Música, estão previstos seis milhões de euros para o Arquivo Nacional Sonoro e outros seis milhões de euros para obras de requalificação do Palácio Nacional de Mafra, cujos estudos prévios foram hoje apresentados e abrangem intervenções nas coberturas, fachadas e claustros do monumento e ainda na basílica e na biblioteca.

Ministro e presidente da câmara de Mafra, Hélder Sousa Silva, foram unânimes em dizer que os projetos reforçam a ligação de Mafra à música e são fatores de atração de visitantes.

O autarca adiantou que, no que diz respeito à requalificação da basílica e da biblioteca do palácio, orçada em 2,3 milhões de euros, o projeto em elaboração deverá estar pronto para, em agosto, lançar concurso público para as obras.

Quanto às restantes obras de conservação do palácio, está a ser elaborado o projeto e o concurso público para a empreitada deverá ser lançado até ao final do ano, embora o financiamento do PRR não seja suficiente.

A construção do Arquivo Nacional do Som, em terreno cedido pela autarquia, está orçada em seis milhões de euros, cujo concurso está também dependente da reprogramação do PRR.

“Só faremos o projeto e lançaremos a obra, se tivermos garantia que este adicional do PRR vai ser mesmo uma realidade e por isso estamos só à espera dessa luz verde do Governo para podermos encetar esse caminho”, disse o autarca.

O Ministério da Cultura estabeleceu um acordo com o município para transferir as verbas para a autarquia e ser ela a lançar o concurso e a acompanhar as empreitadas.

O Museu Nacional da Música está a funcionar em instalações, de caráter provisório, há 30 anos na estação do Metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa, onde falta espaço para expor uma das mais ricas coleções da Europa de instrumentos musicais, com um acervo composto por mil instrumentos dos séculos XVI ao XX, de tradição erudita e popular.

Fazem também parte do museu vários espólios documentais, e coleções fonográficas e iconográficas do maior relevo.

A transferência para Mafra vem dotar o acervo de bens culturais - único na Europa, como sublinham os seus responsáveis - das condições necessárias para a sua preservação, estudo e divulgação.

O museu vai ter três pisos: um destinado a zona de reservas, controlo de temperatura e de humidade e elevador; outro para serviços de receção, bilheteira, cafetaria e loja; e um terceiro piso dedicado à exposição do acervo, com uma sala com informações do contexto histórico e a tecnologia interativa, que permite ao visitante aceder a sons e imagens.