“A sardinha aqui é a rainha”, afirmou à Lusa a vendedora do “Retiro da Fininha”, Fátima Correia, que participa no arraial de Alfama há 20 anos, indicando que o preço da sardinha assada “mantém-se igual ao ano passado”: um euro por unidade.

A sardinha é “fresquíssima”, garantiu Fátima Correia, referindo que “esta como é mais pequenina é um euro, quando é daquela granjola é 1,50 euros”.

“Há uns anos, o forte era a noite de Santo de António [de 12 para 13 de junho], agora não, agora é durante o mês todo de junho”, disse a responsável pelo “Retiro da Fininha”, referindo que “vê-se muitos turistas, mais de metade é estrangeiros”.

Durante o mês das Festas de Lisboa, a partir das 20:00, o bairro de Alfama enche-se de gente para festejar o Santo António, em que além da tradicional sardinha assada, há chouriço assado, bifanas, pão com chouriço, caldo verde e para acompanhar cerveja e sangria.

Nascido e criado em Alfama, Eduardo Costa, de 60 anos, herdou dos avós a banca do “Retiro Mãe e Filhos”, onde vende por estes dias a tão procurada sardinha assada por 1,5 euros por unidade, que acompanhada de pão fica a dois euros.

“A sardinha é nacional, mas é congelada. É o que se usa em todo lado, mas é boa”, declarou à Lusa Eduardo Costa.

No “Retiro do Grupo Desportivo Adicense”, o responsável Artur Negrão avançou que a procura pela sardinha assada tem sido muita, indicando que vende à dose: cinco sardinhas por 8,5 euros, preço que se mantém igual a anos anteriores.

De acordo com Artur Negrão, os primeiros dias do mês das Festas de Lisboa e que antecipam a noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, têm atraído sobretudo turistas, registando-se a venda de cerca de 200 refeições por dia.

“Nos primeiros dias de arraial, 90% é turismo”, revelou o vendedor do “Retiro do Grupo Desportivo Adicense”, avançando que “duplicou ou triplicou” a procura por parte dos turistas em relação a 2016.

Já na noite de Santo António, “a maior procura será de portugueses, mas com o número de estrangeiros que se encontram em Lisboa vai ser uma noite de arromba”, antecipou Artur Negrão, estimando servir entre 400 a 500 refeições nessa noite.

Com uma perspetiva semelhante, Rui Grilo, do “Retiro dos Compadres”, contou que “aumentou um bocadinho as vendas, porque há mais turistas que gostam de provar”, revelando que “a maior procura é sempre a sardinha”.

“Os preços são os mesmos há dois anos”, declarou o vendedor, indicando que a sardinha está a 1,50 euros por unidade e no pão é 1,70 euros.

A sardinha do “Retiro dos Compadres” é portuguesa, apanhada em Peniche.

“Neste momento, a sardinha fresca ainda não é boa. Normalmente, a sardinha que temos sempre é congelada, apanhada sempre nos finais de junho, que é sempre a melhor sardinha, depois é congelada para ser vendida este ano, é por isso que a sardinha consegue ser boa, mas é congelada”, explicou Rui Grilo, advogando que a sardinha fresca só é boa a partir dos finais de junho.

Em relação à procura, o responsável do “Retiro dos Compadres” disse que são os turistas que animam os primeiros dias de venda, considerando que “os portugueses só vêm para a noite de Santo António”.

Além de Alfama, há arraiais de rua um pouco por todos os bairros típicos de Lisboa, que aninam a cidade durante o mês festivo, sendo que o momento alto será a noite de 12 para 13 de junho, que antecipa o feriado de Santo António.

Arraiais, Marchas Populares e Casamentos de Santo António animam Festas de Lisboa

Os arraiais de rua, a celebração dos Casamentos de Santo António e o desfile das Marchas Populares voltam na segunda-feira a manter viva a tradição das Festas de Lisboa, animando a cidade em dia de véspera do feriado municipal.

O auge das Festas de Lisboa é a véspera do Dia de Santo António, que se celebra a 13 de junho, mas a cidade já está em ambiente festivo desde 01 de junho com os arraiais populares um pouco por todos os bairros típicos de Lisboa, iniciativa popular que decorre até 01 de julho.

Na segunda-feira, 16 casais, entre os 22 e os 46 anos, de diferentes freguesias lisboetas, vão cumprir a tradição e contrair matrimónio nos Casamentos de Santo António, iniciativa organizada pela Câmara de Lisboa desde 1997, mas que surgiu em 1958 como “Noivas de Santo António”.

Noivas de Santo António 2010. TIAGO PETINGA/LUSA

A jornada vai arrancar com a cerimónia civil, às 11:30, nos Paços do Concelho, seguindo-se, às 14:00, os casamentos religiosos na Sé de Lisboa. À semelhança de anos anteriores, a cerimónia vai contar com a presença de ‘casais de ouro’, abençoados por Santo António em 1967 e que celebram agora 50 anos de matrimónio.

Os Casamentos de Santo António contam com diversos patrocínios que possibilitam aos casais “um dia de sonho”, incluindo a lua-de-mel, que este ano vai ser na ilha de Santa Maria, na Região Autónoma dos Açores, informou a autarquia.

Todos os anos, centenas de populares concentram-se junto à Sé de Lisboa para aplaudirem os noivos de Santo António.

Pelas 17:00, os recém-casados vão desfilar em automóveis antigos, a partir dos Paços do Concelho, passando pela Avenida da Liberdade, até ao Parque Eduardo VII, onde, na Estufa Fria, um dos mais importantes espaços verdes da cidade, vai decorrer o copo de água.

À noite, a partir das 21:00, os casais de Santo António juntam-se ao tradicional desfile das Marchas Populares na Avenida da Liberdade, que este ano tem como temática o oceano Atlântico como “mar de encontros”, no âmbito de “Passado e Presente - Lisboa, capital ibero-americana de Cultura”.

Organizado pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), o concurso conta com a participação de 20 marchas: Alfama - vencedora do ano passado -, Benfica, Madragoa, Alto do Pina, Carnide, Penha de França, Campo de Ourique, Bica, Castelo, Ajuda, São Vicente, Mouraria, Santa Engrácia, Alcântara, Marvila, Bela Flor – Campolide, Belém, Olivais, Graça e Bairro Alto.

Desfile da Marcha Popular da Mouraria na Avenida da Liberdade, em Lisboa, 12 de junho de 2015. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Este ano, as marchas que voltaram a concurso são Castelo e Belém, tendo ficado de fora, em relação ao ano passado, as marchas do Bairro da Boavista e do Lumiar.

Extracompetição, na avenida vão desfilar também as marchas Infantil “A Voz do Operário”, Mercados e, pela primeira vez, Santa Casa. Como convidadas vão participar as marchas da Associação do Bairro dos Anjos (Leiria), da Rua do Cabide de Quarteira (Quarteira) e da Associação Folclórica Cultural e Recreativa Verde Gaio de Lordosa (Viseu).

Ao longo do dia e sobretudo à noite, o cheirinho a sardinha assada e a sonoridade da música popular portuguesa vão propagar-se um pouco por toda a cidade e animar os arraiais de rua dos bairros típicos.

Neste âmbito, a CP – Comboios de Portugal, a Carris e a Transtejo vão reforçar o serviço de transporte na madrugada de segunda-feira para corresponder à grande procura por parte dos passageiros.

O Metropolitano de Lisboa vai alargar, pela primeira vez, o horário de funcionamento na noite de Santo António, com a linha Azul a funcionar 24 horas ininterruptamente.

Na terça-feira, feriado municipal, vai realizar-se, pelas 17:00, a procissão em honra de Santo António, iniciativa que remonta ao século XVI.

As Festas de Lisboa começaram a 01 de junho e vão decorrer até 01 de julho. O orçamento total do evento volta a ser assegurado totalmente com recurso a patrocínios, no valor de 1.354.350 euros, segundo informação da EGEAC.

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