A exposição é coproduzida pela Fundação de Serralves e pela Culturgest, em Lisboa, em colaboração com o Centro Canadiano de Arquitetura (CCA) de Montréal.

Numa apresentação hoje à imprensa, a diretora do museu de Serralves, Suzanne Cotter, apontou que a exposição - que fica patente no Porto até 03 de setembro e é apresentada em Lisboa de 13 de outubro a 07 de janeiro - "dá uma visão de Matta-Clark mas também mostra a importância dos arquivos, dos acervos".

"Temos aqui um arquiteto que é artista ao mesmo tempo", disse Suzanne Cotter, dando o mote para as explicações que ficaram a cargo dos curadores João Ribas e Delfim Sardo, de Serralves e da Culturgest, respetivamente.

"O desafio estava em dar um contexto diferente à produção de Matta-Clark, juntando também o que possa ter sofrido a sua influência. Mergulhámos no arquivo de Matta-Clark à procura da memória. Conseguimos ver arte e arquitetura com uma fluidez única", referiram os curadores.

Gordon Matta-Clark, nascido em 1943, foi uma figura central no mundo da arte no Soho de Nova Iorque dos finais da década de 1960 até à sua morte em 1978. Filho de artistas, a sua infância foi passada em Nova Iorque, Paris e o Chile e estudou arquitetura na Universidade de Cornell entre 1963 e 1968.

A "Splitting, Cutting, Writing, Drawing, Eating… Gordon Matta-Clark" está concebida à volta dos verbos construtivos e destrutivos que definem a relação do artista com a arte e com a arquitetura.

A mostra inclui correspondência, desenhos, fotografias, cadernos de notas e filmes relacionados com os projetos principais de Matta-Clark, material pertencente ao CCA.

Somam-se duas fotografias e oito filmes da coleção de Serralves produzidos entre 1971 e 1974.

A relação com o CCA foi um dos aspetos destacados pela presidente do conselho de administração de Serralves, Ana Pinho, que disse ver esta exposição como um reforço na colaboração e parceria com a instituição de Montréal, com quem Serralves já reparte o arquivo do arquiteto Siza Vieira.

Ana Pinho também destacou que "a estratégia de Serralves passa por dar importância à arquitetura" através de um trabalho que não se materializa só em exposições, mas também em publicações e conferências, entre outras iniciativas.