Nasceu a 2 de junho de 1970, em Viana do Castelo, era uma miúda muito tímida, achava-se feia e queria ser astronauta. Nestes 50 minutos de conversa com Patrícia Reis e Paula Cosme Pinto, Sofia Aparício recorda ainda que aos 13 anos já media 1,77cm e tinha noção de que o seu corpo interpelava os outros, mas não da melhor forma: "Eu era uma miúda roliça e odiava andar de metro em hora de ponta porque era apalpada. Cada vez que apanhava o metro sentia-me humilhada, revoltada, culpada, tinha medo. Ninguém tem o direito de fazer alguém sentir isso". A moda nunca esteve nos seus planos ou sonhos, mas acabou por esse o seu caminho profissional desde os 15 anos, altura em que tirou um curso de manequim na escola de Bryan MacCarthy. "A minha mãe pôs-me a tirar este curso porque achava que eu era homossexual, porque era bastante masculina. Ela nunca esperou que me tornasse manequim de profissão".

Desfilou para os mais importantes estilistas portugueses e, em 1987, ganhou o concurso Miss Wonderland. Desistiu do curso de gestão na Universidade Católica para se dedicar à moda, mas a partir de 1994, começámos a vê-la também na televisão. Foi a apresentadora do mítico programa de moda da RTP1, 86-60-86, e muitos outros desafios se seguiram, incluindo o da representação.  Perfecionista, versátil, eterna insatisfeita e permanentemente curiosa, é conhecida também pela sua frontalidade desafiante: “Não tenho pena nenhuma de não ser mãe. Foi uma escolha consciente e todos os dias fico feliz por ter tomado essa decisão.”.

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