Quando o inimaginável acontece
Edição por António Moura dos Santos
Era uma tarde de verão como tantas outras em Beirute, a capital do Líbano suavemente banhada no encerramento a oriente do Mar Mediterrâneo.
Seria uma tarde como tantas outras, se bem que a viver no “novo normal” a que o país não escapou por estar enfrentar a pandemia da Covid-19. No entanto, o inimaginável, algo tão dantesco, tão inverosímil que, apenas pensado, pareceria impossível, tornou-se real. Ontem, duas explosões de grandes dimensões no porto de Beirute provocaram uma onda de choque que fez soçobrar uma das mais antigas cidades do mundo.
Rapidamente as imagens do momento começaram a multiplicar-se pelas redes sociais e, com elas, as reações de choque, à medida que por todo o mundo se procurava perceber como é que algo assim aconteceu.
Ainda não se sabe ao certo o que provocou uma explosão desta magnitude. As primeiras teses, alarmistas — promovidos tanto por anónimos nas redes sociais como por chefes de estado — apontavam para um ataque, mas a tese oficial aproxima-se para duas hipóteses que não se excluem.
Se para as autoridades libanesas, o desastre pode ter sido provocado devido a materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos, o próprio primeiro-ministro libanês apontou como possível causa da enorme explosão as cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio — um fertilizante químico com propriedades explosivas — que estavam armazenadas num depósito do porto de Beirute.
Hoje, numa fase onde ainda pouco é claro, é isto que se sabe:
Tudo isto já seria suficiente destrutivo para deixar qualquer país a precisar de apoio. No entanto, somem-se estes fatores específicos que assolam o Líbano:
Por estas razões é que o primeiro-ministro do país, Hassan Diab, falou numa “verdadeira catástrofe” que se abateu sobre o país, ou, como disse o fotojornalista português João Sousa, radicado na cidade, em entrevista ao SAPO24, “isto era a última coisa de que precisavam".
Por isso mesmo, dos aliados tradicionais do Líbano, como o Irão, o Egito e a França, até países como a Alemanha, a República Checa e a Noruega, são já vários os estados que se comprometeram com ajuda humanitária. Até Israel, país com o qual o Líbano mantém um conflito armado por resolver, optou por oferecer apoio.
Se pretender ajudar o país, existem já várias campanhas em curso, que pode encontrar neste website.
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