“Se não tem havido pandemia eu não sentia o dever moral de me recandidatar”. Uma conversa com Marcelo Rebelo de Sousa
Edição por Tomás Albino Gomes
- "O telemóvel tocou quando faltavam exatamente cinco minutos para a meia-noite. Do outro lado, um assessor pergunta se estou acordada. "E está preparada para fazer a entrevista agora?" Não era exatamente o cenário que tinha imaginado, mas, afinal, fui eu que disse, face aos constrangimentos de agenda, que a conversa podia ser qualquer dia, a qualquer hora. Foi. Passavam alguns minutos da meia-noite quando nos ligámos por Skype e ainda não eram duas da manhã quando nos despedimos".
- A história da entrevista ao candidato e Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa pela jornalista Isabel Tavares é um aperitivo delicioso para a conversa publicada esta quarta-feira no SAPO24, parte da série de entrevistas aos candidatos a Belém.
- Numa conversa que vai da reforma da Lei Eleitoral à revisão da Constituição, passando pelo encerramento das escolas ao número de testes que a pandemia já o obrigou a fazer, estas são as principais frases de uma entrevista essencial:
- "Para adiar as eleições era preciso haver revisão da Constituição. (...) Até fiquei com a impressão de que achavam que a minha proposta [de alterar o termo do mandato para permitir um adiamento] era interesseira"
- "Os partidos não queriam rever a Constituição e achavam que não se devia adiar as eleições, que era um mau sinal, um sinal de que a democracia estava suspensa"
- "[Em fevereiro de 2020] Havia mais razões para ter esperança no futuro do que no começo de 2016"
- "As nossas Forças Armadas têm sobretudo, há décadas, um estatuto que não corresponde ao papel que têm, interno e externo, e àquilo que devia ser um estatuto digno das Forças Armadas"
- "Para não parar a atividade presidencial, passei a fazê-los [os testes à covid-19] de três em três ou de dois em dois dias."
- "Era preciso explicar o novo governo lá fora, mostrar que não eram os bolcheviques a assaltar o Palácio de Inverno do czar"
Não tenho grande empatia por discursos ideológicos cheios de mezinhas e queridices. Quem define o que são pessoas de bem? Para mim serão umas, para vós será outra coisa? Continuar a ler