Rola a bola: Da “leveza excessiva” nos festejos do Sporting, ao parecer negativo da PSP, passando pelos preparativos para a Champions no Porto
Em entrevista à RTP, a primeira do seu segundo mandato como chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa voltou abordar os festejos do título do Sporting.
Sobre os festejos em Alvalade e no Marquês de Pombal, Marcelo destacou uma "certa hesitação" e "leveza na ponderação". "Uma leveza excessiva na ideia de criar condições para um aglomerado muito grande de pessoas em torno do estádio", acrescentou o Presidente da República, sem apontar o dedo ou nomear responsabilidades.
Marcelo salientou que estes festejos devem ser uma "lição" para os futuros jogos de futebol, nomeadamente a final da Taça de Portugal, em Coimbra, e a final Liga dos Campeões, no Porto.
A PSP afirma que apresentou propostas alternativas para as comemorações do Sporting como campeão nacional de futebol, mas estas não foram aceites. Além disso, segundo o sindicato, a força policial deu parecer negativo à festa que se realizou junto ao estádio.
“A PSP colocou em cima da mesa propostas diferentes que, no nosso entender, dariam mais garantias de uma maior capacidade de reação por parte da PSP”, disse à agência Lusa o vice-presidente do Sindicato Nacional de Oficiais da Polícia.
Bruno Pereira avançou que a Polícia de Segurança Pública se “opôs veementemente” ao modelo proposto pelo Sporting para o estádio e para o desfile do autocarro com os jogadores, tendo apresentado alternativas que permitiriam à PSP “agir de forma efetiva e não estar sempre a correr atrás do prejuízo”.
Ainda no "passa a bola", Medina afirmou ontem desconhecer o parecer negativo emitido pela PSP sobre festa junto ao estádio e reiterou que a autarquia “não tem nenhum poder de autorizar manifestações”.
É no sentido de evitar uma confusão semelhante na final da Liga dos Campeões de futebol no Porto que o presidente da autarquia revelou a cidade já em preparação para receber o evento.
O autarca indicou que o acompanhamento dos adeptos vai ser feito "em bolha", devendo para o efeito ser preparadas duas ‘fanzones’, com as condições necessárias para que os adeptos possam alimentar-se e "entreter-se" enquanto esperam pelo jogo. Além disso, serão criados canais de acesso separados para entrar e sair do estádio, tal como sucedeu, explicou Moreira, na Liga das Nações.
Quase todos contra a reforma das Forças Armadas
Vinte e oito ex-chefes de Estado-Maior dos três ramos, incluindo o general Ramalho Eanes, assinaram uma carta a contestar o processo da reforma das Forças Armadas. De acordo com o semanário Expresso e o Diário de Notícias, na carta com seis páginas, o grupo expressa “apreensão” e lança um aviso: a “perturbação provocada no ambiente das FA obriga-nos a isso”. O grupo contesta também a linguagem do ministro Gomes Cravinho, que classificam como uma “novilíngua” que está a “atingir proporções inusitadas” e manifesta críticas ao método de decisão e ao conteúdo da reforma do comando superior das FA, que será votada na Assembleia da República na terça-feira pelo PS, com apoio do PSD.
Presidente do Supremo aponta gestão dos megaprocessos como a “grande impotência” do sistema
O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) apontou, na quinta-feira, a gestão dos megaprocessos dos crimes económicos como a “grande impotência” do sistema, pondo em causa o funcionamento e a credibilidade da justiça e da democracia.
“A grande dificuldade é a gestão dos processos especialmente complexos, especialmente na área criminal. Este continua a ser o maior problema, esta é a grande impotência do sistema. E é uma falta grave que põe em causa o funcionamento de toda a justiça, afeta seriamente a sua credibilidade e motiva a desconfiança dos cidadãos”, afirmou António Joaquim Piçarra na cerimónia de reinauguração das instalações do STJ, em Lisboa.
Para o conselheiro, que abandonará o cargo dia 18, quando fizer 70 anos, o sistema continua “a não conseguir tratar de forma eficiente” os processos criminais complexos, pondo em causa o próprio sistema democrático e insistiu para que todos os órgãos de soberania, e não só os tribunais, encontrem um caminho para solucionar esta entropia, muitas vezes associada “ao chamado fenómeno da corrupção”.
Situação no Médio Oriente concentra as atenções internacionais
Na quinta-feira à noite, o exército israelita chegou a anunciar que as suas tropas tinham entrado na Faixa de Gaza, mas retificou a informação horas depois. Pouco depois da meia-noite, o exército emitiu novo comunicado com um “esclarecimento” no qual informava que "não havia soldados" em Gaza e alegando um “problema de comunicação interna” para justificar a confusão.
O Ministério da Defesa de Israel aprovou a mobilização de mais de 9.000 soldados reservistas e anunciou o reforço de tropas junto à fronteira com Gaza, para preparar "a opção de uma manobra terrestre", com veículos blindados e artilharia colocados em alerta para poderem ser "mobilizados a qualquer momento".
O conflito israelo-palestiniano está a escalar há quatro dias e tem assistido a sucessivas escaladas de violência. Pelo menos 119 pessoas já morreram, incluindo 31 menores, desde o início da escalada militar entre Israel e grupos palestinianos na segunda-feira, anunciou hoje o Ministério da Saúde palestiniano.
As notícias mais recentes, informam que Israel rejeitou “todas as iniciativas e mediação” para uma trégua com as fações palestinianas em Gaza que permitisse travar os piores combates em sete anos entre as duas partes.
O Conselho de Segurança da ONU realizará no domingo uma reunião virtual sobre o conflito israelo-palestiniano, anunciaram fontes diplomáticas.