Edição por Ana Maria Pimentel

Este fim-de-semana fomos abalados por uma notícia que, infelizmente, se está a tornar demasiado banal nos dias de hoje. Um país atacou outro. A novidade? O Irão passou das ameaças de décadas aos atos e enviou drones e mísseis para Israel, sem que se perceba muito bem o momento no meio do xadrez da política internacional.

O ataque do Irão a Israel no qual, segundo Telavive, foram utilizados mais de 300 ‘drones’, mísseis balísticos e de cruzeiro, aconteceu duas semanas depois de um atentado bombista ao consulado iraniano em Damasco, no qual foram mortos vários membros da Guarda Revolucionária Iraniana, pelo qual Teerão culpa Israel.

Embora Israel diga que a cúpula de ferro que protege o país, e a ajuda dos parceiros internacionais, interceptaram todos os ataques, o Irão diz ter cumprido todos os seus objetivos. O mundo, e principalmente os povos que habitam naquela zona, vive agora no impasse de saber o que vem aí. É que Israel já disse que vai responder por atos, e não por palavras.

E Zelensky, que também tem medo de olhar para o céu, apelou aos países aliados para que tomem medidas necessárias para criar na Ucrânia uma rede de defesa aérea semelhante à israelita.

"O mundo inteiro vê o que significa uma verdadeira defesa. Vê que é possível. E o mundo inteiro viu que Israel não estava sozinho nesta defesa, uma vez que a ameaça aérea foi combatida também pelos aliados", disse Zelensky no domingo à noite, referindo-se à neutralização dos projéteis iranianos pelos aliados de Israel a partir de bases na região.

O Presidente ucraniano recordou que, na semana passada, a Rússia lançou 130 ‘drones’ iranianos Shahed, 80 mísseis e cerca de 700 bombas aéreas guiadas contra a Ucrânia. Lembrando que Rússia e Irão estão do mesmo lado no xadrez mundial.

E, se em tempos tumultuosos nunca se sabe muito bem o que esperar, há uma coisa com que na política internacional podemos sempre contar: o cinismo e a hipocrisia. E, desta vez, também não tardou em chegar.  A Rússia apelou hoje a Israel e ao Irão para que resolvam as suas diferenças "exclusivamente por meios diplomáticos", depois de Teerão ter lançado no sábado um ataque massivo com mísseis e drones contra o território israelita.

*Com Lusa

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