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Newsletter diária • 10 out 2024

 
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Afinal o que foi Orbán fazer ao Parlamento Europeu?

 
 

Editado por Beatriz Cavaca

Os eurodeputados debateram com o primeiro-ministro Viktor Orbán, esta quarta-feira, as prioridades da Hungria para a sua Presidência semestral do Conselho, que teve início a 1 de julho, mas o momento mais memorável foi quando se cantou "Bella Ciao".

Viktor Orbán começou por salientar que "a UE precisa de mudar" e frisou que é o que pretende com a presidência húngara.

Segundo Viktor Orbán, a situação da UE é muito mais grave do que em 2011 - durante a primeira Presidência húngara do Conselho da UE -, mencionando a guerra na Ucrânia, a escalada de conflitos no Médio Oriente e em África, a migração, os riscos para o espaço Schengen e a perda de competitividade da Europa a nível mundial.

Relativamente à migração, advertiu que "sem centros de registo externos não podemos proteger os europeus da migração ilegal". "O sistema de asilo da UE simplesmente não está a funcionar. A migração ilegal conduziu a um aumento do antissemitismo, da violência contra as mulheres e da homofobia", afirmou. Propôs também a realização regular de "cimeiras Schengen" e insistiu em que a Bulgária e a Roménia se tornem membros de pleno direito da zona de livre circulação até ao final do ano.

Sobre o alargamento, Viktor Orbán apelou à aceleração da adesão dos países dos Balcãs Ocidentais e salientou que "sem a adesão da Sérvia, não podemos estabilizar os Balcãs".

Defendeu ainda uma indústria de defesa da UE, um setor agrícola competitivo e favorável aos agricultores e a importância da política de coesão da UE. "Os fundos de coesão não são uma instituição de beneficência nem um donativo, são uma das maiores formas de política de investimento na UE e constituem um pré-requisito para equilibrar o mercado único", afirmou.

No final do discurso, enquanto alguns aplaudiam a intervenção de Viktor Orbán, os eurodeputados do grupo parlamentar The Left, do qual fazem parte os portugueses Catarina Martins e João Oliveira, bem como alguns socialistas, começaram a cantar a música da resistência antifascista italiana "Bella Ciao", impedindo o início da intervenção da presidente da Comissão.

A música “Bella Ciao” ficou conhecida pela importância que adquiriu na luta antifascista italiana durante o regime de Benito Mussolini e contra as tropas nazis.

Do lado oposto do hemiciclo, um grupo de eurodeputados do Patriotas pela Europa, onde se incluem os deputados do Chega, levantou-se para aplaudir Viktor Orbán. O grupo, que incluiu o eurodeputado português Tiago Moreira de Sá, continuou a aplaudir, enquanto os eleitos à esquerda continuavam a cantar.

Durante este impasse, a presidente do Parlamento Europeu Roberta Metsola exigiu respeito pela instituição, mas os eurodeputados não acederam imediatamente.

“Isto não é a Eurovisão. Isto mais parece a ‘Casa de Papel’, mas isto não é a Eurovisão, vamos respeitar a dignidade desta casa”, criticou a presidente do Parlamento Europeu, aludindo à série televisiva espanhola que voltou a popularizar esta mesma canção mais recentemente.

 
 
Patrícia Reis
 
 

Ainda bem que não, porque seria mau sinal. Ainda assim, não tenho a certeza de que não tenha sorte, confesso-lhe. Continuar a ler