As 36 horas de cessar-fogo
Edição por Rita Sousa Vieira
As tropas russas a combater na Ucrânia observam a partir de hoje um cessar-fogo unilateral, de 36 horas, decretado pelo Presidente russo por ocasião do Natal ortodoxo, que se celebra a 7 de janeiro. A notícia foi recebida com descrédito pela Ucrânia e países ocidentais.
O anúncio aconteceu horas depois de o chefe da Igreja Ortodoxa da Rússia, o patriarca Kirill, ter apelado a um cessar-fogo na guerra.
"Atendendo ao apelo de Sua Santidade o patriarca Cirilo, instruí o ministro da Defesa a introduzir um regime de cessar-fogo ao longo de toda a linha de contacto na Ucrânia", lê-se num comunicado.
O cessar-fogo estará em vigor desde as 12:00 (de Moscovo, 09:00 de Lisboa) desta sexta-feira até à meia-noite de 7 de janeiro (21:00 de Lisboa).
Ucrânia rejeita cessar-fogo unilateral
Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, qualificou de “hipocrisia” o anúncio de Putin e disse que “apenas se a Rússia deixar os territórios ocupados será possível uma ‘trégua temporária’”.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, também acusou Putin de “usar o Natal como disfarce” para impedir o avanço das forças ucranianas no Donbass aproveitando para aproximar equipamentos e munições das suas posições.
“Querem usar o Natal como disfarce para deter, pelo menos brevemente, o avanço dos nossos homens em Donbass e trazer equipamentos, munições e militares para mais perto das nossas posições”, afirmou.
Já o presidente dos EUA disse que Putin está a tentar “ganhar fôlego”. "Esteve pronto para bombardear hospitais, creches e igrejas (...) em 25 de dezembro e no Ano Novo (...) Acho que está a tentar ganhar fôlego", disse Biden.
Também a chefe da diplomacia alemã desvalorizou o cessar-fogo russo, afirmando que "se Putin quisesse a paz, retiraria os seus soldados para casa”. “Aparentemente, [Putin] quer continuar a guerra, depois de uma breve interrupção", considerou Annalena Baerbock.
Para António Guterres, “naturalmente que o Natal é um período especial e uma festa de ucranianos e russos”, mas, apesar do cessar-fogo insiste numa solução para o conflito.
“Neste momento, as condições ainda não estão criadas para uma solução de paz efetiva no imediato, mas espero que seja possível criar as condições para que uma solução de paz baseada na Carta das Nações Unidas e no direito internacional possa prevalecer”, afirmou.
“Se puder haver condições para que no Natal não morra gente, isso em si é positivo, mas o que importa fundamentalmente é uma solução do conflito e a solução só é possível com base na carta das Nações Unidas e no direito internacional”, afirmou Guterres à Lusa e à Reuters, à margem de uma cerimónia em que recebeu o Prémio Universidade de Lisboa relativo a 2020.
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