Costa dá as boas-vindas a 2021
Edição por António Moura dos Santos
António Costa pode não ser um génio da lâmpada, mas o primeiro-ministro fez saber que quer conceder alguns desejos.
Em entrevista ao semanário Expresso, Costa levantou o véu quanto ao que pretende o Governo fazer, anunciando algumas medidas que quererá ver implementadas até 2021, inclusive.
O que não deverá acontecer neste ou sequer no próximo ano, no entanto, é a revisão dos escalões do IRS. “Seguramente, os orçamentos de 2022 e 2023 são outras oportunidades”, prometeu.
Outro dos temas abordados durante a entrevista foi a situação em Reguengos de Monsaraz, onde um surto de Covid-19 iniciado num lar da vila causou 162 casos de infeção e 18 mortes. O foco, que está a ser investigado pelo Ministério Público, tem sido um tema incómodo para o Governo, com acusações de ingerência e falta de preparação.
O primeiro-ministro admitiu uma vez mais que houve falhas na resposta, mas que “o lar não é do Estado” e que este “reagiu imediatamente” quando foi chamado a responder. Costa lançou-se também em nova defesa da Ministra do Trabalho, dizendo até que o relatório da Ordem dos Médicos que aponta as falhas na atuação foi criado por “uma entidade que não tem competência legal para fazer esse estudo” e que não serve para “fiscalizar o Estado”.
As reações
Todas estas medidas prometidas (à exceção da descida do IVA sobre a eletricidade), porém, dependem do Orçamento do Estado de 2021, que terá de ser negociado com os diferentes partidos da Assembleia da República. Até agora, apenas um deles reagiu a esta entrevista, e não foi positivamente.
Perante um grupo de trabalhadores do setor das pedreiras em Penafiel, Catarina Martins avisou que o Bloco de Esquerda só vai negociar o orçamento para 2021 com o PS caso os compromissos deste ano sejam respeitados.
“Não é possível começarmos a negociar o próximo Orçamento do Estado sem o PS cumprir sequer o que já foi acordado para o último Orçamento do Estado. Seja no fim do fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido como a vossa, seja nas contratações que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] precisa para poder responder à covid-19, sem deixar de responder a tudo mais que a população precisa”, afirmou a coordenadora do BE.
Já o CDS-PP não se pronunciou quanto às medidas prometidas, mas ao caso Reguengos, tendo Francisco Rodrigues dos Santos acusado Costa de querer “aplicar a 'lei da rolha' à Ordem dos Médicos, desvalorizando e atacando os factos constantes no seu relatório”, o que é “sintoma de má convivência democrática com a realidade e com os médicos”.
Para além de voltar a sugerir a demissão de Ana Mendes Godinho, o líder dos centristas criticou o primeiro-ministro por valorizar "mais a defesa da sua ministra do que apresentar um plano seguro para os idosos - os que estão nos lares e os que vivem sozinhos -, numa altura em que há 80 surtos ativos em lares e em que se antecipa uma segunda vaga".
Atualidade
É um critico feroz do mandato presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, que considera estar "no bolso" e "nas mãos" de António Costa, um primeiro-ministro taticista. Chama PSb ao PSD pela não oposição e até negociação de algumas medidas controversas. Se for eleito presidente, Tiago Mayan promete mais liberdade para os portugueses.
Atualidade
Em tempos de emergência climática, o Planeta A traz-lhe um olhar pelo mundo das principais notícias ambientais da semana. Nesta edição falamos sobre fenómenos extremamente raros, como "tornados de fogo", e também de novas iniciativas para preservar a biodiversidade e combater as alterações climáticas.