Lucrar 45% nas febras de porco? Governo aperta o cerco à especulação de preços
Edição por Manuel Ribeiro.
Cá estou, de novo, a entrar-lhe pela newsletter adentro com conteúdos SAPO24 que marcam a atualidade. E não é que esta manhã o ministro da Economia, Costa e Silva, falou à imprensa com uma mão cheia de medidas para acabar com a especulação nos preços dos bens alimentares? Vai reduzir o IVA dos produtos alimentares essenciais, como fez Espanha? Não, mas vai “fiscalizar” os operadores comerciais e promete ser “inflexivel”. Como? A conversar. Conversar? Sim, entre outras medidas. Quais?
A primeira, já aqui dita: fiscalizar. O governo vai pedir à ASAE que intensifique e reforce a fiscalização aumentando as operações de fiscalização em superfícies comerciais de todo o país.
A segunda: monitorizar e compreender a estrutura de preços. Também a ASAE vai investigar a evolução dos preços desde os custos de produção, passando pela transformação até à distribuição, exigindo maior transparência. O ministro promete que vão ser “implacáveis com situações anómalas”.
A terceira: conversar com os operadores. O ministro sugere que é preciso passar a mensagem da importância e da responsabilidade social que os operadores devem ter.
A quarta medida é convocar a PARCA. A quê? A Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar. O que é isso? Por sinal, é uma instituição que foi “criada para fomentar a equidade e o equilíbrio da cadeia alimentar". O organismo junta o Ministério da Agricultura, o da Economia, a ASAE, a Direção Geral do Consumidor, a Direção Geral das Atividades Económicas e todas as confederações e associações do setor, bem como representantes de outros setores. Faltam duas medidas? Sim, sim.
A quinta medida é reforçar a ASAE. Se há coisa que sempre ouvi de quem está daquele lado, é a falta de recursos e o ministro reconhece-o agora, dizendo que são “necessários para fiscalizar esta questão, nomeadamente tecnológicos, como software de tratamento de dados para perceber como se articula o mercado”.
A sexta e última medida, apresentada esta manhã, é "trabalhar com todos os organismos que possam ser necessários”. Ou seja, conversar? Sim, porque é a conversar que a gente se entende!
Até amanhã.