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Newsletter diária • 11 jan 2022

 
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Dar voz ao silêncio

 
 

Edição de Pedro Soares Botelho

  • Em 2017, um dos jornalistas italianos por trás dos "VatiLeaks", dizia-me, numa entrevista em Lisboa, ser "quase impossível pensar que os países latinos são imunes à pedofilia na Igreja". Apesar de alguns casos pontuais, Portugal tinha passado ao lado das grandes descobertas de casos de pedofilia ou encobrimento sistemático nas igrejas.
  • Essa mesma entrevista acabaria por me levar à Nunciatura Apostólica, a "embaixada" da Santa Sé em Portugal. Lá, garantiam-me que a Igreja estava a “fazer o humanamente possível” para travar os casos de pedofilia, reforçando a política de “tolerância zero”. E garantiram-me que, pelo menos desde 2009, não tinham qualquer registo de casos de abuso sexual nas igrejas portuguesas. Esta conversa, porém, não foi oficial.
  • A partir de hoje, há uma forma — independente — de Dar voz ao silêncio: a comissão que vai investigar abusos sexuais na igreja católica em Portugal abriu caminhos para começar a receber denúncias de vítimas, de casos ocorridos desde 1950, que podem ser remetidos às autoridades e investigados se os crimes ainda não tiverem prescrito.
  • O objetivo do trabalho da comissão é o da recolha de testemunhos, para um estudo que não procederá a reparações financeiras nem judiciais, mas que pode dar como reparação às vítimas o quebrar de um silêncio e de um sofrimento pessoal, disse ontem o coordenador da comissão, o pedopsiquiatra Pedro Strecht: “apenas o ter alguém com quem falar” pode ser “absolutamente marcante” na “viragem emocional” na vida de uma pessoa.
  • As denúncias e testemunhos podem chegar à comissão através do preenchimento de um inquérito online no site https://darvozaosilencio.org, que adota o lema e objetivo da comissão no seu endereço, mas também do número de telefone +351 917 110 000, disponível entre as 10:00 e as 20:00 diariamente, mas que não pretende ser nem uma “linha SOS, nem de apoio psicológico”, como frisou Filipa Tavares, assistente social com experiência em acompanhamento de crianças e famílias, que integra a comissão.
  • Os testemunhos podem também chegar por email – geral@darvozaosilencio.org – por escrito, enviadas para um apartado que vai estar disponível no site da comissão ou presencialmente, mediante marcação prévia de entrevista.
  • Para a recolha de testemunhos de vítimas que tenham sofrido abusos na infância e adolescência – a comissão vai trabalhar relatos de abusos até aos 18 anos – este grupo de trabalho apela ao envolvimento da comunicação social na divulgação do trabalho da comissão, para que motive eventuais vítimas a testemunhar.
  • O trabalho desta comissão independente vai decorrer ao longo deste ano, num espaço físico “descaracterizado” e “autónomo” da Igreja, estando prevista a apresentação de um relatório em dezembro. O financiamento dos trabalhos será assegurado pela CEP, mas estará aberto a eventuais contribuições de outras instituições, que serão divulgadas “mais à frente” deste processo, disse ainda Pedro Strecht.
  • "Espero que um dia esta cultura do silêncio seja derrubada por uma cultura da verdade", disse-me ainda Fittipaldi. "Para que não apenas as vítimas do passado tenham justiça, mas também para que se protejam as crianças do futuro".
 
 
Oito pessoas vão investigar abusos sexuais na igreja e tentar destapar ponta do icebergue
 
 

Atualidade

 

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Francisco Sena Santos
 
 

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Não é fácil ser millennial nos dias que correm e a pandemia parece ter vindo acelerar o desejo desta geração em encontrar o seu "cantinho perfeito". Cada vez mais preocupada com a saúde mental e com as condições de trabalho, há uma nuance muito importante na sua lista de prioridades: o de encontrar o "sentido da vida" nos seus empregos.

 
 
 
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, poderá vir a ser investigado devido a uma festa em Downing Street em maio de 2020, em pleno confinamento devido à pandemia de covid-19, após uma nova revelação embaraçosa feita pela comunicação social.

 
 
 
Estudo alerta que calor acumulado nos oceanos bateu novos recordes em 2021
 
 

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O calor acumulado nos oceanos bateu novos recordes pelo sexto ano consecutivo, indica uma investigação com dados até 2021 e hoje publicada na revista científica “Advances in Atmospheric Sciences”.