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Newsletter diária • 08 mai 2024

 
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De novembro a agosto em sete dias, e assim sucessivamente

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

Na semana passada estive em Lisboa, Porto e Viseu, em todos estes sítios o inverno parecia ter voltado em força depois de semanas de calor atípicas. Hoje, já de regresso a Lisboa, está um dia de verão daqueles em que às 9 horas tudo o que vestimos e carregamos connosco parece ser pesado e quente, e numa vista rápida à meteorologia é também a realidade do resto do país. A conversa do tempo é sempre um bom desbloqueador de conversa, ou um tema que não compromete. Mas talvez tenha que deixar de o ser e passar a ser uma discussão séria.

É que o mundo viveu onze meses consecutivos de temperaturas anormalmente altas, tanto no ar quanto na superfície dos oceanos, apesar do enfraquecimento do fenómeno climático natural El Niño, informou o observatório europeu Copernicus esta quarta-feira.

O El Niño "continuou a enfraquecer", sugerindo um possível alívio mais tarde no ano, mas sem alterar a tendência fundamental de aquecimento alimentada pelo uso massivo de petróleo, carvão e gás natural.

O mundo tem registado uma média de temperatura anormal desde junho do ano passado. E abril de 2024, que costumava ser de águas mil, não é exceção a essa regra, com uma temperatura média de 15,03°C, o que representa 1,58°C a mais do que um mês de abril médio da era pré-industrial (1850-1900).

"Embora incomum, uma série semelhante de recordes mensais já foi observada em 2015/2016", observou o Copernicus.

Nos últimos doze meses, a temperatura global tem sido 1,61°C mais alta do que na era pré-industrial, ultrapassando o limite de 1,5°C estabelecido pelo acordo de Paris. No entanto, essa anomalia precisa de ser observada em média por várias décadas para considerar que o clima atingiu esse limite crítico.

De todo o modo, estes números mostram "o quão notáveis são as condições de temperatura global que estamos a viver atualmente", destacou Julien Nicolas, climatologista do Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus (C3S), em entrevista à AFP.

O mês passado foi o segundo abril mais quente já registado na Europa, assim como março e todo o período de inverno. "Cada grau adicional de aquecimento climático é acompanhado por eventos climáticos extremos, tanto mais intensos quanto mais prováveis", lembrou Julien Nicolas.

As últimas semanas têm sido marcadas por ondas de calor extremo na Ásia, da Índia ao Vietname, enquanto o sul do Brasil sofre com inundações devastadoras.

No entanto, em termos de precipitação, o Copernicus não identifica tendências claras para abril, relatando contrastes significativos em todo o mundo. Que o digamos nós depois da semana passada.  O mês foi mais húmido do que o normal em grande parte da Europa, mas mais seco no sul do continente e em partes dos Balcãs e da Rússia.

A situação é semelhante fora da Europa: em grande parte da América do Norte, Ásia Central e Oriental, Golfo Pérsico e sul do Brasil, chuvas intensas causaram inundações, que continuaram em maio. Mas no norte do México, ao redor do Mar Cáspio e em grande parte da Austrália, a seca tem predominado.

A temperatura da superfície dos oceanos bateu um recorde mensal em abril, com uma média de 21,04°C fora das zonas próximas dos polos, marcando o 13º recorde mensal consecutivo.

Esse aquecimento ameaça a vida marinha, aumenta a húmidade na atmosfera e coloca em perigo a capacidade dos oceanos de desempenhar o seu papel crucial na absorção das emissões de gases de efeito estufa de origem humana.

No entanto, a temperatura mostrou uma ligeira desaceleração em comparação com março e o seu recorde absoluto, de todos os meses (21,07°C).

O fenómeno climático natural El Niño "continuou a enfraquecer" em abril, caminhando para "condições neutras", estima o Copernicus. Esta variação natural afeta a zona equatorial do oceano Pacífico e induz ao aquecimento global.

"El Niño atingiu o seu pico no início do ano", observa Julien Nicolas, o que pode explicar uma diminuição em certos valores: em abril, a anomalia da temperatura do ar é menos pronunciada do que em março, em comparação com a era pré-industrial, e a temperatura da superfície do oceano é menos quente do que em março.

"Os modelos de projeção indicam uma possível transição para condições La Niña na segunda metade do ano, mas as condições ainda são bastante incertas", continua o climatologista.

La Niña é o oposto de El Niño, produzindo efeitos contrários. No entanto, a saída de El Niño não alterará a tendência fundamental do aquecimento causado pela atividade humana.

"Este fenómeno sobrepõe-se a tendências de longo prazo que persistem e estão diretamente relacionadas com o aquecimento devido ao aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera e às quantidades de calor que são absorvidas e armazenadas, especialmente nos oceanos", destaca Nicolas.

Essas tendências continuarão "a empurrar a temperatura global para novos recordes", prevê Carlo Buontempo, diretor do C3S.

Em resumo, está na altura de tirar a conversa do clima dos elevadores.

*Com AFP

 
 
 
 

 
 

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