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Newsletter diária • 26 abr 2022

 
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O campeonato não morreu. É só fazer as contas

 
 

Edição por António Moura dos Santos

Além das celebrações do 25 de Abril, esta segunda-feira podia ter outros motivos para festejar, pelo menos para quem veste azul e branco. Se o FC Porto tivesse ganhado ao Sporting de Braga e se o Sporting CP tivesse perdido com o Boavista, teríamos campeão a quatro jornadas do fim do campeonato. As duas incógnitas desta equação, porém, deram um resultado totalmente distinto.

A começar pelos Dragões, o FC Porto seguia invicto há uns inéditos 58 jogos no campeonato. Precisava, porém, de passar uma das deslocações mais difíceis do calendário, indo à Pedreira jogar com o Braga. A equipa de Sérgio Conceição, todavia, não resistiu à pressão, a meros passos da meta, e tropeçou: perdeu por 1-0, fruto de um golo de Ricardo Horta pelos Guerreiros. No final, Sérgio Conceição criticou a arbitragem, dizendo que “são precisos árbitros com personalidade e qualidade".

No distrito vizinho e também numa deslocação complicada fora de casa, o Sporting CP já podia contar com o resultado dos rivais para, pelo menos, aliviar a tensão antes do jogo — não só porque o FC Porto já perdera, mas porque o segundo lugar ficou virtualmente garantido com o empate do Benfica em casa no sábado.

Perante o Boavista, os Leões, mesmo sem fazer um grande jogo e com ausências de peso — Porro e Paulinho —, venceram por 3-0 os axadrezados, fruto dos golos de Matheus Nunes e Bruno Tabata, além de um autogolo de Abascal. Com o desafio do Bessa cumprido, o sonho para os verde e brancos mantém-se vivo, ainda que ténue.

Com agora seis pontos de diferença, nem o FC Porto pode respirar de alívio, nem o Sporting CP pode atirar os braços ao chão. Faltam três jornadas, o que, aritmeticamente, significa o seguinte:

  • O FC Porto não pode arriscar perder seis pontos - ou seja, perder dois jogos ou sofrer três empates —, já que caso o Sporting CP ganhe todos os jogos, ficam as duas equipas em igualdade pontual;
  • Tal acontece porque Leões têm vantagem no confronto direto com os Dragões — marcaram dois golos fora no empate no Estádio do Dragão que terminou 2-2; em Alvalade, o resultado ficou apenas 1-1;
  • Se quer ter sequer uma hipótese de revalidar o título de campeão, o Sporting CP tem de ganhar os três jogos que lhe restam em virtualmente todos os cenários; a exceção é na eventualidade do FC Porto perder todos os jogos, sendo que, aí, pode dar-se ao luxo de sair derrotado numa partida e terminar em igualdade pontual com os Dragões;

Quem terá agora um calendário mais acessível até ao fim do campeonato é uma questão aberta a diferentes interpretações:

  • O FC Porto joga com o Vizela e o Estoril em casa, jogos teoricamente mais acessíveis, mas tem de ir ao Estádio da Luz jogar com o Benfica pelo meio — uma das deslocações mais difíceis do campeonato;
  • O Sporting vai ao Algarve jogar com o Portimonense e recebe em casa o Gil Vicente — uma das surpresas deste ano, num convincente e europeu 5º lugar — e o Santa Clara — que venceu aos Leões nos Açores no final da primeira volta.

Por outras palavras, o que será preferível: ter dois jogos mais tranquilos em casa e uma deslocação dificílima fora — como o FC Porto? Ou ter jogos mais equilibrados e imprevisíveis — como o Sporting?

É o que esperaremos para ver.

 
 
Francisco Sena Santos
 
 

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