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Newsletter diária • 25 jan 2022

 
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É para continuar a (des)confinar?

 
 

Edição por António Moura dos Santos

A que se deve esta explosão de novos casos a que temos vindo a assistir desde finais de 2021? A infecciosidade da Ómicron é, sem dúvida, o motivo superlativo para que tanta gente tenha vindo a contrair covid-19 nos últimos tempos. Mas, para Celso Cunha, há outros fatores a ter em conta.

O virologista do Instituto de Medicina e Higiene Tropical atribui o aumento também ao “relaxamento das medidas de contenção de redução de contágios”, considerando que “neste momento, não tem havido muita preocupação em conter a transmissão desta variante, que é a mais prevalente em Portugal”.

Este “número exageradíssimo” de novos casos — como o próprio caracteriza — não se tem repercutido numa pressão excessiva sobre o Sistema Nacional de Saúde, que diz ter “quotas aceitáveis”, mas o aumento pode ainda assim ter consequências para a saúde dos mais vulneráveis, já que é sabido que as vacinas não protegem a 100%.

Por isso mesmo, no entender do virologista, não é altura para “aliviar muito” as restrições. “Se toda a gente estivesse vacinada podíamos andar a pedir que fossem aliviadas algumas restrições, mas acho que não temos o direito de estar a exigir que se aliviem as restrições, sabendo que isso vai causar um grande número de mortos”, advertiu, pedindo também bom senso numa campanha eleitoral que tem sido pródiga em ajuntamentos.

Também por estas razões, Celso Cunha considera que é exagerado dizer que entrámos na fase da “endemia”, pois este termo “significa que temos uma infeção numa determinada zona geográfica, numa determinada população e que vamos ter surtos dessa infeção com alguma regularidade que até conseguimos de algum modo prever”. Para isso, é necessário ter “muita gente imunizada”, ou porque teve a doença, ou foi vacinada.

“Mas é cedo, nem sei se vamos conseguir, porque para termos este vírus endémico vamos ter que ter sempre uma grande parte da população imunizada”, insistiu.

Sobre o que acontecerá depois disso, disse ser imprevisível: “As taxas de vacinação no mundo inteiro são muito diferentes e a qualidade das vacinas que são administradas em diversas partes do mundo também é diferente”.

“Neste momento, estamos a falar da Ómicron, mas poderão surgir novas variantes” que não se sabe se irão “ser mais graves ou menos graves, mais ou menos transmissíveis com patologias associadas também mais graves”.

As palavras de alerta do especialista chegam no dia em que os Estados-membros da União Europeia acordaram que pessoas com o Certificado Covid-19 válido, como vacinados ou recuperados, não devem ser alvo de “restrições adicionais à livre circulação”, como testes ou quarentenas, para facilitar viagens.

“O Conselho adotou hoje uma recomendação sobre uma abordagem coordenada para facilitar a livre circulação segura durante a pandemia”. Segundo as novas regras, “as medidas relativas à covid-19 devem ser aplicadas tendo em conta o estatuto da pessoa e não a situação a nível regional, com exceção das áreas onde o vírus circula a níveis muito elevados”.

Mantém-se assim a tensão entre a vontade de retomar alguma normalidade — e de dar balões de oxigénio às economias europeias — e as tentativas de conter o raio destrutivo da covid-19. Afinal, é para desconfinar ou não?

 
 
 
 

Os temas quentes da campanha

 
 
  • Afinal, estará António Costa disposto a considerar uma nova Geringonça? Depois de semanas a clamar por uma maioria absoluta, o PS parece estar a repensar a estratégia. Catarina Martins marcou uma reunião para o dia pós-eleições e Costa diz agora que os socialistas nunca fecharam a porta ao Bloco de Esquerda. A resposta, contudo, manteve uma ressalva: o PS está disponível para falar com todos os partidos que não o Chega. Ou seja, um "nim" ao apelo do BE, como a coordenadora bloquista mais tarde caracterizou as palavras de Costa, adiantando também que estas declarações mostraram como vai ser preciso "negociar qual será o governo da próxima legislatura".
  • Os animais de estimação retomam ao teatro da campanhaDepois de introduzir o seu gato de estimação na corrida eleitoral, Rui Rio voltou uma vez mais a recorrer a Zé Albino para atacar Costa. Rio sugeriu que o primeiro-ministro devia "seguir o exemplo do Zé Albino, que consegue ser uma figura central da campanha, e não perde oportunidades de estar calado”. O socialista respondeu, falando dos seus dois cães e dizendo que Zé Albino tinha um ar "deprimido" e que esperava que com a vitória do PS "o Zé Albino vá sentir-se menos só e o doutor Rui Rio vá ter mais tempo para estar em casa”. A demarcação dos programas de cada um teria de ficar para mais tarde.
  • Um total de 13.118 eleitores em confinamento e idosos vão votar antecipadamente: O MAI precisa que os dados finais da administração eleitoral da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna dão conta de que, entre os dias 20 e 23 de janeiro, inscreveram-se 397 cidadãos na modalidade de voto antecipado em confinamento decretado pelas autoridades de saúde devido à covid-19 e 12.721 cidadãos internados em estruturas residenciais para idosos.
 
 

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