Escolas fechadas a cadeado e alunos colados ao chão em nome do clima
Edição por Alexandra Antunes
Nos últimos dias, estudantes ocuparam escolas e faculdades, em Lisboa, pelo fim dos combustíveis fósseis — e continuaram o protesto durante o fim de semana, embora temendo nalguns casos ser desalojados pela polícia.
As ocupações — que começaram na segunda-feira e que não têm data para terminar — coincidem com a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.
O movimento, organizado pela Greve Climática Estudantil e integrado no movimento internacional “End Fossil Occupy!”, reivindica principalmente o fim dos combustíveis fósseis até 2030. Além disso, pedem a demissão do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, por considerarem que apoia projetos de exploração de gás e por ser, até recentemente, presidente do Conselho de Administração de uma petrolífera.
O que aconteceu nas várias escolas e universidades em Lisboa?
Escola secundária António Arroio: um grupo de alunos colou-se às portas da escola, bloqueando a entrada, e houve estudantes em protesto no telhado. Há registo de dois dias sem aulas, com centenas de alunos concentrados no local;
Liceu Camões: os ativistas climáticos fecharam esta manhã dois portões a cadeado e convidaram no fim de semana o ministro da Economia a visitar hoje a ocupação, para assistir à palestra que irão ministrar. Segundo a PSP, o protesto está a decorrer de "forma calma e ordeira". Além disso, os manifestantes aceitaram que a escola retome o normal funcionamento na terça-feira;
Instituto Superior Técnico: os protestos levaram a que a direção ameaçasse chamar as autoridades ao local caso a ocupação se mantivesse;
Faculdade de Letras: os alunos "encontravam-se ligados entre si através de tubos de PVC e mosquetões e com as mãos coladas ao solo" e reuniram-se, na noite de sexta-feira, com a direção da faculdade — mas sem chegar a entendimento. Quatro ativistas acabaram detidos pela PSP "por desobediência à ordem de dispersão" e são hoje ouvidos no Campus de Justiça, estando prevista nova manifestação.
Além dos protestos nas escolas, vários ativistas que participavam na Marcha pelo Clima, no sábado, invadiram a Ordem dos Contabilistas Certificados, onde decorria um evento privado com o ministro da Economia, António Costa Silva.
No exterior do edifício, na Avenida Defensores de Chaves, centenas de manifestantes cantavam "Fora, fora Costa Silva". Alguns entraram dentro do edifício, tendo sido chamadas as forças de segurança.
Tanto os países que odeiam tudo o que é norte-americano, como aqueles que dependem dos Estados Unidos para sobreviver, seguem com ansiedade uma competição que, em última análise, depende de uma nação dividida por fracturas inexoráveis, com votantes cuja ignorância e motivações são maioritariamente arrepiantes. Continuar a ler
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