Estamos mais ricos?
Por Inês F. Alves
O que responderia se alguém o parasse na rua para fazer a pergunta que dá título a esta newsletter?
Considerando as notícias recentes sobre o aumento o aumento generalizado de preços, que está a reduzir o poder de compra dos portugueses, e o aumento das taxas de juro, que se traduzirá num aumento das prestações da casa, a probabilidade é que muitos respondam com um redondo "não".
Mas não é isso que nos dizem os mais recentes dados do Banco de Portugal, que realizou um inquérito à situação financeira das famílias e concluiu que a riqueza líquida média por família aumentou 19,9%, entre 2017 e 2020, para 200,4 mil euros.
A riqueza líquida de uma família "corresponde à diferença entre o valor dos seus ativos e das suas dívidas".
E o contribuiu para este aumento? "Os ativos reais e os ativos financeiros contribuíram para esta evolução, que é consistente com o aumento dos preços no mercado imobiliário e o aumento dos depósitos das famílias neste período, especialmente acentuados desde a pandemia".
De referir que "a residência principal é o ativo mais importante da riqueza real das famílias em todas as classes de riqueza líquida, exceto na mais elevada. Nesta classe, os ativos reais são mais diversificados e a residência principal, os outros imóveis e os negócios por conta própria representam individualmente cerca de um terço do património".
As famílias portuguesas "têm uma clara preferência por ser proprietárias da sua residência: apenas 2,0% das famílias que vivem em casa própria preferiam ter arrendado e 63,5% das famílias que arrendam a casa onde habitam preferiam ter comprado".
O valor médio da dívida, considerando as famílias com e sem dívida, manteve-se em cerca de 25,1 mil euros.
O fantasma nuclear
O aviso repete-se e o medo de um desastre nuclear volta a marcar a atualidade informativa.
Hoje, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica alertou que a maior central nuclear europeia, situada na Ucrânia, "está completamente fora de controlo" e pediu à Rússia e Ucrânia que permitam uma visita urgente para evitar um acidente.
Há dois dias, Rafael Grossi falava de um perigo crescente nesta central, onde se vive uma situação paradoxal: a central é controlada pela Rússia, mas são os funcionários ucranianos que continuam a executar as operações nucleares, levando a inevitáveis momentos de atrito e alegada violência.
A conquista russa de Zaporijia renovou o receio de que o maior dos 15 reatores nucleares da Ucrânia possa ser danificado, desencadeando outra emergência como o acidente de Chernobyl em 1986, o pior desastre nuclear do mundo, que aconteceu a cerca de 110 quilómetros ao norte da capital ucraniana.
O que pede a AIEA? Que possa realizar inspeções urgentes no local para fazer uma "avaliação de segurança e proteção, fazer os reparos que forem precisos e ajudar, como aconteceu em Chernobyl”.
Recorde-se que forças russas ocuparam Chernobyl logo após a invasão, iniciada em 24 de fevereiro, mas devolveram o controlo aos ucranianos no final de março. Aqui, a AIEA montou “uma missão de assistência” em Chernobyl “que tem sido muito, muito bem-sucedida”.
Aproximam-se as midterms e os números não mentem: a inflação é alta e a aprovação de Biden é baixa. Para não sofrer uma pesada derrota, os Democratas estão a comportar-se como eu a jogar Street Fighter: carregam em todos os botões à espera de um milagre. Continuar a ler