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Newsletter diária • 21 jul 2022

 
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Inverno com a Europa a bater os dentes?

 
 

Edição por Rita Sousa Vieira

O que está em causa? A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira uma meta para redução do consumo de gás na União Europeia de 15% até à primavera.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

A quem afeta? A todos. No pacote da UE sobre “poupar gás para um inverno seguro”, o executivo comunitário aponta que “todos os consumidores, administrações públicas, famílias, proprietários de edifícios públicos, fornecedores de energia e indústria podem e devem tomar medidas para poupar gás”.

¡No!, diz a Espanha. "Defendemos os valores europeus, mas não podemos assumir um sacrifício sobre o qual nem sequer nos pediram parecer prévio”, já veio publicamente declarar a terceira vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica de Espanha, Teresa Ribera.

“Aconteça o que acontecer, as famílias espanholas não vão sofrer cortes de gás ou eletricidade nas suas casas”, acrescentou, insistindo que Espanha também “vai defender a posição” da sua indústria.

Racionar água quente. O pânico de um inverno gelado poderá levar algumas cidades e municípios na Alemanha a adotar medidas de economia de energia.  O gás russo é extremamente importante, principalmente para a indústria e para as habitações. Metade das casas na Alemanha são aquecidas com gás fornecido por empresas russas. Deixamos duas sugestões de leitura: esta e esta.

Cortar eletricidade por várias horas. A Suíça poderá cortar a eletricidade até quatro horas por dia no inverno devido à crise energética. A medida seria a mais drástica e a última a aplicar num plano de contingência esta quarta-feira apresentado.

Não será só frio. O fim do fornecimento de gás russo à Europa pode significar uma redução até 1,5% no produto interno bruto (PIB) dos 27 Estados-membros. Era o que antecipava um documento preliminar da Comissão Europeia a que a Bloomberg teve acesso.

 
 

Estado da Nação em 5 pontos

 
 

1.  “O país está pior”

João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal (IL), criticou “o primeiro-ministro habilidoso” por deixar um “legado de caos, medo e ansiedade”. Na resposta, o chefe do executivo admitiu que, se lhe fizessem um inquérito, seria óbvio que diria que “o país está neste momento pior do que estava o ano passado” devido ao “impacto da inflação”.

“Acha que eu não pago contas de supermercado, acha que eu não conheço as pessoas que enchem o seu depósito, acha que eu não sei ler os números da inflação, acha que não conheço qual é a realidade social deste país? Senhor deputado, eu não sou da Iniciativa Liberal, está a perceber? Eu conheço bem quais são as necessidades dos cidadãos”, respondeu.

2. 17 perguntas por responder

Na segunda ronda de pedidos de esclarecimento durante o debate do estado da nação, António Costa ignorou as 17 perguntas que lhe foram colocadas por deputados de todos os grupos parlamentares, tendo respondido de uma única vez.

Após ter ouvido, durante mais de 47 minutos, questões sobre a gestão das florestas, dos aeroportos, sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Agenda do Trabalho Digno ou as consequências da guerra na Ucrânia, Costa respondeu em pouco mais de um minuto a todas essas perguntas, afirmando ter “mesmo muito pouco tempo” de resposta – apesar de o Governo ainda ter 10 minutos – e de querer centrar-se “numa resposta fundamental”.

3. A pergunta insultuosa

A coordenadora do BE questionou o primeiro-ministro se teve envolvimento nos apoios concedidos pelo Banco do Fomento ao empresário Mário Ferreira, que está a ser investigado, António Costa negou e considerou insultuosa a pergunta.

“Sobre a pergunta insultuosa que me dirigiu, a minha intervenção é zero. Foi zero, como muito bem a senhora deputada sabe”, respondeu o primeiro-ministro.

4. O agradecimento a Rio e o ataque a Sarmento

O primeiro-ministro criticou diretamente Joaquim Miranda Sarmento, que se estreou em plenário como líder parlamentar do PSD, apontando-o como "o elo de ligação entre aquilo que foi a liderança do doutor Rui Rio e aquilo que é o passismo puro e duro".

Ainda antes do arranque do debate parlamentar, António Costa foi cumprimentar o ex-presidente do PSD, sentado na quarta fila da bancada do PSD. Já no período de debate, e antes de iniciar a sua resposta ao líder parlamentar do PSD, Costa fez questão de saudar publicamente Rui Rio.

“Quero cumprimentar o dr. Rui Rio e agradecer o melhor contributo que deu ao nosso país, sobretudo em momentos tão duros e tão difíceis como o da pandemia. Muito obrigada, senhor deputado”, agradeceu, recebendo palmas da bancada do PS, mas também de parte do grupo parlamentar do PSD.

5. Monty Python a fechar

“Vão permitir-me a referência, mas tudo isto me faz lembrar a velha rábula dos Monty Python [“Vida de Brian"], atirou o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que encerrou o debate.

De acordo com o membro do Governo, “tirando um Orçamento do Estado e um acordo de parceria com a Comissão Europeia; tirando as medidas para conter o aumento dos combustíveis e da eletricidade; tirando o reforço do rendimento dos mais vulneráveis; tirando a valorização das qualificações; tirando uma reforma administrativa profunda, que descentraliza competências; tirando um acordo de mobilidade que responde às necessidades do mercado de trabalho, tirando isso – o que é que o governo fez pelo país em 100 dias?”, questionou.